São Paulo, sexta-feira, 04 de maio de 2001

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SAÚDE

Direção da unidade estadual diz que, "aparentemente", bebê recebeu atendimento adequado

Não houve falhas, diz hospital

DA REPORTAGEM LOCAL

O médico Mário Santoro Junior, diretor clínico do Hospital Infantil Cândido Fontoura, afirmou ontem que "não houve, aparentemente, falhas" no atendimento prestado à menina Nanci Nazario de Oliveira.
Três pediatras estavam de plantão ontem, segundo ele, quando a ela morreu. O movimento no pronto-atendimento, para a direção da unidade, era normal.
Contudo o movimento diário de atendimentos, de cerca de 500 crianças por dia, costuma chegar a 600 nesta época do ano, em razão do clima seco e do crescimento dos casos de complicações respiratórias, conforme a própria direção do hospital estadual.
A mãe e a avó da criança serão ouvidas na sindicância que investigará o atendimento dado a ela.
A direção do hospital não soube informar o horário em que a criança realmente foi atendida e quanto tempo ela teve de esperar.
"Estamos levantando isso", disse Telma Regina Attizane, diretora substituta da unidade de saúde.
Segundo o Hospital Municipal Benedicto Montenegro, o primeiro estabelecimento procurado pelos pais da menina, um dos dois médicos do plantão noturno havia faltado, mas nenhum funcionário estava orientado a não receber pacientes ou a dispensá-los.
"A informação de que não havia médico é inverídica. Só avisamos que o atendimento iria demorar mais um pouco", disse ontem o médico Álvaro Moreno, diretor clínico da unidade.
O coordenador hospitalar da secretaria municipal da Saúde, Roberto Morimoto, disse que há um crescimento de demanda no hospital e em outros da área.
Morimoto não tinha ainda dados do Benedicto Montenegro, mas reconheceu que em outro hospital, o Tide Setúbal -onde ocorrem filas -, os médicos estão sobrecarregados -houve um crescimento de 40% na demanda entre março e abril.
O secretário da Saúde, Eduardo Jorge, afirmou que só quando a secretaria normalizar o atendimento básico os hospitais serão desafogados. Ele disse que isto só deve ocorrer no fim do ano.
O que levou a menina a ter a parada cardiorrespiratória deve ser explicado pelos legistas do IML, que irão examinar o corpo antes do enterro de hoje.



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