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Falta de funcionários preocupa município
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Secretaria Municipal de Saúde, que já enfrenta problemas
com a falta de funcionários, não
terá de volta todos os 10 mil servidores que não aceitaram aderir ao
PAS (Plano de Atendimento à
Saúde) em 96 e foram "exilados"
em outros órgãos da prefeitura.
A pasta contava com os funcionários para substituir os 12 mil
contratados pelas cooperativas do
plano que, com a previsão do fim
do sistema em julho, terão de sair
das unidades de saúde.
Para minimizar o déficit de funcionários, a secretaria já iniciou a
contratação, em caráter emergencial, de 7.700 pessoas para substituir exonerados e aposentados
que não foram substituídos nas
gestões anteriores.
De acordo com a coordenadora
de recursos humanos, Rose Inojosa, somente 6.174 dos profissionais da saúde "exilados" irão voltar para a área de origem. Os demais já têm funções importantes
em outras áreas.
Os profissionais que terão de
voltar para a Saúde estavam em
desvio de função, disse Rose. Havia casos, por exemplo, de médicos que cumpriam expediente em
usinas de asfalto.
"Tá faltando médico? Tá faltando médico, enfermeira, auxiliar
de enfermagem", admitiu o secretário da Saúde, Eduardo Jorge. "A
situação da saúde na cidade é
muito difícil e não é deste ano."
Segundo ele, a situação só deve ser
normalizada a partir de 2002.
A falta de funcionários também
atrapalha ações de controle. Jorge
disse que estuda intervir tecnicamente em unidades de saúde do
módulo leste - familiares de
uma menina de 11 meses denunciaram que receberam mau atendimento em uma hospital do módulo -mas não tem funcionários
para isto. Por enquanto, a intervenção é somente administrativa.
O secretário afirmou que poderá terceirizar alguns serviços, como limpeza e vigilância, exceto os
serviços de atendimento, para dar
conta da demanda sem os "exilados". Também estuda pedir que a
prefeita Marta Suplicy (PT) apresente um projeto à Câmara criando mais cargos para a pasta. "Tenho que ver com realismo. Não
posso fechar creche. Espero que
me compensem", disse Jorge.
Os "exilados" também estão resistindo à volta, segundo o secretário, apesar de a prefeitura já ter
feito um censo e iniciado a divulgação dos locais de origem. Apenas 500 já voltaram para a prefeitura, segundo a coordenadora,
que não descarta uma convocação obrigatória.
A prefeitura só deve abrir concurso quando tiver um balanço
do número de vagas em aberto.
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