São Paulo, sexta-feira, 04 de maio de 2001

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Falta de funcionários preocupa município

FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

A Secretaria Municipal de Saúde, que já enfrenta problemas com a falta de funcionários, não terá de volta todos os 10 mil servidores que não aceitaram aderir ao PAS (Plano de Atendimento à Saúde) em 96 e foram "exilados" em outros órgãos da prefeitura.
A pasta contava com os funcionários para substituir os 12 mil contratados pelas cooperativas do plano que, com a previsão do fim do sistema em julho, terão de sair das unidades de saúde.
Para minimizar o déficit de funcionários, a secretaria já iniciou a contratação, em caráter emergencial, de 7.700 pessoas para substituir exonerados e aposentados que não foram substituídos nas gestões anteriores.
De acordo com a coordenadora de recursos humanos, Rose Inojosa, somente 6.174 dos profissionais da saúde "exilados" irão voltar para a área de origem. Os demais já têm funções importantes em outras áreas.
Os profissionais que terão de voltar para a Saúde estavam em desvio de função, disse Rose. Havia casos, por exemplo, de médicos que cumpriam expediente em usinas de asfalto.
"Tá faltando médico? Tá faltando médico, enfermeira, auxiliar de enfermagem", admitiu o secretário da Saúde, Eduardo Jorge. "A situação da saúde na cidade é muito difícil e não é deste ano." Segundo ele, a situação só deve ser normalizada a partir de 2002.
A falta de funcionários também atrapalha ações de controle. Jorge disse que estuda intervir tecnicamente em unidades de saúde do módulo leste - familiares de uma menina de 11 meses denunciaram que receberam mau atendimento em uma hospital do módulo -mas não tem funcionários para isto. Por enquanto, a intervenção é somente administrativa.
O secretário afirmou que poderá terceirizar alguns serviços, como limpeza e vigilância, exceto os serviços de atendimento, para dar conta da demanda sem os "exilados". Também estuda pedir que a prefeita Marta Suplicy (PT) apresente um projeto à Câmara criando mais cargos para a pasta. "Tenho que ver com realismo. Não posso fechar creche. Espero que me compensem", disse Jorge.
Os "exilados" também estão resistindo à volta, segundo o secretário, apesar de a prefeitura já ter feito um censo e iniciado a divulgação dos locais de origem. Apenas 500 já voltaram para a prefeitura, segundo a coordenadora, que não descarta uma convocação obrigatória.
A prefeitura só deve abrir concurso quando tiver um balanço do número de vagas em aberto.












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