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ADMINISTRAÇÃO
Extensão do benefício ao tribunal, que não constava do projeto original, voi vetada ontem pelos vereadores
Câmara criou artigo que dá reajuste ao TCM
CHICO DE GOIS
MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
O artigo que estendeu aos funcionários do TCM (Tribunal de
Contas do Município) o reajuste
salarial de até 41,65% dado aos
cargos de confiança do Executivo
é de autoria da própria Câmara
Municipal. Anteontem, alguns
vereadores manifestaram surpresa com o aumento dado pelo
TCM a seus servidores.
O projeto de lei de Marta Suplicy (PT) com o reajuste aos funcionários da prefeitura foi aprovado no final de março.
Ontem, o líder da prefeita na
Câmara, José Mentor (PT), afirmou que o projeto original não
continha o artigo que diz que "as
disposições contidas nesta lei
aplicam-se, no que couber, aos
servidores..., Câmara e TCM".
Mentor disse que a inclusão do
artigo aconteceu depois que os
vereadores da base reivindicaram
aumento salarial para os demais
servidores. Segundo ele, a prefeita
mandou uma emenda ao projeto
de lei garantindo piso de R$ 360
aos funcionários, o que daria um
abono de cerca de R$ 100.
Depois disso, os vereadores incluíram a emenda 7, para garantir
que esse abono fosse estendido
aos servidores da Câmara e do
TCM, por isonomia.
A interpretação dada a essa
emenda, no entanto, foi a de que
ela estendia aos demais servidores
não apenas o abono, mas também
o reajuste de até 41,65%.
A emenda 7 foi assinada por 22
vereadores. De acordo com Mentor, na hora de redigi-la, os vereadores se guiaram pelo artigo 225
do Estatuto do Funcionalismo,
que garante a isonomia. "Foi um
artigo burocrático", disse.
O secretário de Comunicação e
Informação Social da prefeitura,
Valdemir Garreta, distribuiu nota
na qual afirma que o projeto de lei
encaminhado por Marta não previa que o reajuste também atingisse os salários do TCM e da Câmara. "Essa extensão ocorreu na
proposição da emenda apresentada pela Câmara, que tratava do
abono", diz a nota.
Veto
Ontem, depois de muita discussão, a Câmara aprovou por 37 votos favoráveis e dez abstenções
(seis delas do PSDB), projeto de
resolução da Mesa da Câmara que
veta o reajuste aos funcionários
da Casa e do TCM.
Segundo o presidente da Câmara, José Eduardo Martins Cardozo
(PT), o tribunal terá de descontar
dos próximos salários a quantia a
mais paga aos servidores.
A polêmica sobre o reajuste dos
funcionários da Câmara e do
TCM teve início anteontem, durante depoimento do chefe da assessoria jurídica do tribunal, Murilo Magalhães Castro, na CPI do
TCM, revelando que havia recebido um reajuste de R$ 1.900, passando a receber R$ 17 mil.
Os vereadores demonstraram
surpresa com o fato e José Eduardo Martins Cardozo disse que o
TCM não poderia ter aplicado o
reajuste sem autorização da Câmara. O TCM, por sua vez, informou que "apenas cumpriu a lei".
PSDB
O PSDB defendeu ontem a aplicação do reajuste aos servidores
do TCM. Em nota à imprensa, o
partido afirmou que desde o início foi contrário ao projeto e que o
TCM, "ao estender retroativamente o reajuste a seus servidores, apenas aplicou a lei".
O partido também informou
que na próxima terça-feira deverá
protocolar no TJ (Tribunal de Justiça) uma representação alegando
inconstitucionalidade no projeto
da prefeita.
O partido se baseia no artigo
29º, inciso 5º da Constituição que
diz que a iniciativa de dar subsídios a secretários e outros servidores deve partir do Legislativo e
não do Executivo. Para Cardozo,
o reajuste não pode ser considerado um subsídio.
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