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ÔNIBUS
Reajuste pode ser anunciado até 2ª para evitar paralisação de motoristas
Marta apressa decisão sobre tarifa
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A prefeita de São Paulo, Marta
Suplicy (PT), deverá apressar a tomada de decisão sobre aumento
da tarifa de ônibus e concessão de
subsídios para evitar a paralisação
de motoristas e cobradores marcada para a próxima terça-feira.
Essas duas alternativas para elevar a remuneração das viações serão discutidas hoje com especialistas, durante a apresentação de
um estudo da Fipe (Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas da USP) sobre os custos do
transporte municipal.
Técnicos da prefeitura dizem
que a definição dos valores tem
que sair até segunda-feira. Eles
avaliam que os R$ 12 milhões que
serão liberados hoje para as empresas de ônibus não serão suficientes para evitar a greve. De janeiro a abril, as viações receberam
subvenções de R$ 29 milhões.
O secretário dos Transportes,
Carlos Zarattini, adiantou que os
dados preliminares da pesquisa
da Fipe indicavam a necessidade
de aumentar a tarifa de R$ 1,15.
Empresários e trabalhadores se
reuniram ontem pela quinta vez,
mas não chegaram a um acordo
sobre os itens do dissídio coletivo.
As principais reivindicações dos
motoristas são elevação salarial
de cerca de 20% (entre reposição
da inflação e aumento real) e reajuste do vale-refeição de R$ 6,50
para R$ 8. O Transurb (sindicato
das empresas) oferece 4%.
"Queremos uma posição da
prefeitura. Eu vou continuar defendendo os salários. A forma como eles serão pagos não me interessa. Se precisa de subsídio, eles
que tomem uma decisão", disse
Edivaldo Santiago, presidente do
sindicato dos condutores.
Empresários
Para não dar a impressão de que
estão pressionando a administração municipal, os empresários estão evitando a defesa aberta das
subvenções e elevação tarifária.
"Não temos possibilidade de
oferecer mais nada. A reivindicação dos motoristas representa um
aumento de 25% dos custos. É fora da realidade. Se não houver nada de novo das duas partes (trabalhadores e prefeitura), nossa posição vai permanecer a mesma",
afirmou Antonio Sampaio Amaral, diretor jurídico do Transurb.
A idéia do sindicato é manter a
maioria dos ônibus em circulação
nos horários de pico (das 6h às 9h
e das 16h às 21h). A paralisação se
concentraria nos demais períodos
da próxima terça-feira. "Mesmo
assim, podemos deixar uns 25%
rodando", disse Santiago.
A categoria também estuda
uma mobilização a partir do dia
10 envolvendo a liberação das catracas aos passageiros.
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