São Paulo, sexta-feira, 04 de maio de 2001

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ÔNIBUS

Reajuste pode ser anunciado até 2ª para evitar paralisação de motoristas

Marta apressa decisão sobre tarifa

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), deverá apressar a tomada de decisão sobre aumento da tarifa de ônibus e concessão de subsídios para evitar a paralisação de motoristas e cobradores marcada para a próxima terça-feira.
Essas duas alternativas para elevar a remuneração das viações serão discutidas hoje com especialistas, durante a apresentação de um estudo da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP) sobre os custos do transporte municipal.
Técnicos da prefeitura dizem que a definição dos valores tem que sair até segunda-feira. Eles avaliam que os R$ 12 milhões que serão liberados hoje para as empresas de ônibus não serão suficientes para evitar a greve. De janeiro a abril, as viações receberam subvenções de R$ 29 milhões.
O secretário dos Transportes, Carlos Zarattini, adiantou que os dados preliminares da pesquisa da Fipe indicavam a necessidade de aumentar a tarifa de R$ 1,15.
Empresários e trabalhadores se reuniram ontem pela quinta vez, mas não chegaram a um acordo sobre os itens do dissídio coletivo. As principais reivindicações dos motoristas são elevação salarial de cerca de 20% (entre reposição da inflação e aumento real) e reajuste do vale-refeição de R$ 6,50 para R$ 8. O Transurb (sindicato das empresas) oferece 4%.
"Queremos uma posição da prefeitura. Eu vou continuar defendendo os salários. A forma como eles serão pagos não me interessa. Se precisa de subsídio, eles que tomem uma decisão", disse Edivaldo Santiago, presidente do sindicato dos condutores.

Empresários
Para não dar a impressão de que estão pressionando a administração municipal, os empresários estão evitando a defesa aberta das subvenções e elevação tarifária.
"Não temos possibilidade de oferecer mais nada. A reivindicação dos motoristas representa um aumento de 25% dos custos. É fora da realidade. Se não houver nada de novo das duas partes (trabalhadores e prefeitura), nossa posição vai permanecer a mesma", afirmou Antonio Sampaio Amaral, diretor jurídico do Transurb.
A idéia do sindicato é manter a maioria dos ônibus em circulação nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 21h). A paralisação se concentraria nos demais períodos da próxima terça-feira. "Mesmo assim, podemos deixar uns 25% rodando", disse Santiago.
A categoria também estuda uma mobilização a partir do dia 10 envolvendo a liberação das catracas aos passageiros.




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