São Paulo, sexta-feira, 04 de maio de 2001

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CRIME EM SANTA TERESA

Segundo laudo, houve estupro; polícia promete prisão de terceiro assaltante na próxima semana

Facada desferida nas costas matou fonoaudióloga

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

A causa da morte da fonoaudióloga Márcia Maria Castro Lira foi a secção da medula provocada pelo golpe de um facão desferido por um dos três assaltantes que, na quinta-feira da semana passada, invadiram sua casa em Santa Teresa (zona central).
O laudo cadavérico do Instituto Médico Legal apresentado ontem pelo chefe de Polícia Civil, delegado Álvaro Lins, informa que Márcia Maria apresentava uma "extensa ferida na região cervical", com ruptura dos músculos e "seção total da medula espinhal".
O laudo indica ainda que a vítima, como se suspeitava, foi estuprada. Os legistas Fernando Antônio Freire de Souza e Sílvia Falcão de Oliveira afirmam que o corpo de Márcia Maria tinha escoriações na vagina e no ânus.
Para o chefe de Polícia Civil, os ferimentos decorrem do estupro. Foram recolhidas amostras de secreção vaginal para a verificação da presença de esperma. O resultado sairá na próxima semana.
Se for confirmada a existência de espermatozóides no corpo da vítima, a Secretaria Estadual da Segurança Pública poderá realizar um exame de DNA no pedreiro Alan Costa, 18, preso sob a acusação de ter participado do assalto, da morte de Márcia Maria e da agressão a facadas e estupro da filha dela, de 13 anos de idade.
O laudo do IML revela que a fonoaudióloga foi atingida por uma segunda facada, que lhe rasgou a musculatura da face direita e provocou a fratura da mandíbula.
A Polícia Civil também divulgou ontem o laudo cadavérico do camelô Marcelo Melo Gonçalves dos Santos, morto na segunda-feira em uma cela da sede da Polinter (Polícia Interestadual).
Santos estava preso sob a acusação de participar do assalto e do homicídio. Foi encontrado agonizante, com fio de ventilador enrolado no pescoço, na sala de visitas da Polinter. Estava algemado.
O laudo, de autoria das legistas Zuleika Ribeiro Kubrusly e Sílvia Falcão de Oliveira, aponta que a morte foi resultado de enforcamento "por asfixia mecânica".
Segundo o delegado Lins, o parecer dessas técnicas é compatível com a versão da Polinter. O laudo aponta existência de sulco no pescoço de Santos oblíquo e ascendente, mais profundo na região da garganta e quase inexistente na altura da nuca, onde ficou o nó.
Segundo o laudo, escoriações achadas no rosto, nas mãos e nos braços de Santos tinham mais de 48 horas. Teriam ocorrido no assalto e em briga que teria tido, antes de ser preso, com um vizinho.
O diretor da Delegacia de Homicídios, Paulo Passos, disse que o terceiro participante do crime será preso até terça-feira. "Já o identificamos. Trata-se de um homem ligado ao tráfico." A Secretaria da Segurança Pública ofereceu R$ 5.000 de recompensa por informações sobre o paradeiro.


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