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CRIME EM SANTA TERESA
Segundo laudo, houve estupro; polícia promete prisão de terceiro assaltante na próxima semana
Facada desferida nas costas matou fonoaudióloga
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
A causa da morte da fonoaudióloga Márcia Maria Castro Lira foi
a secção da medula provocada pelo golpe de um facão desferido
por um dos três assaltantes que,
na quinta-feira da semana passada, invadiram sua casa em Santa
Teresa (zona central).
O laudo cadavérico do Instituto
Médico Legal apresentado ontem
pelo chefe de Polícia Civil, delegado Álvaro Lins, informa que Márcia Maria apresentava uma "extensa ferida na região cervical",
com ruptura dos músculos e "seção total da medula espinhal".
O laudo indica ainda que a vítima, como se suspeitava, foi estuprada. Os legistas Fernando Antônio Freire de Souza e Sílvia Falcão de Oliveira afirmam que o
corpo de Márcia Maria tinha escoriações na vagina e no ânus.
Para o chefe de Polícia Civil, os
ferimentos decorrem do estupro.
Foram recolhidas amostras de secreção vaginal para a verificação
da presença de esperma. O resultado sairá na próxima semana.
Se for confirmada a existência
de espermatozóides no corpo da
vítima, a Secretaria Estadual da
Segurança Pública poderá realizar
um exame de DNA no pedreiro
Alan Costa, 18, preso sob a acusação de ter participado do assalto,
da morte de Márcia Maria e da
agressão a facadas e estupro da filha dela, de 13 anos de idade.
O laudo do IML revela que a fonoaudióloga foi atingida por uma
segunda facada, que lhe rasgou a
musculatura da face direita e provocou a fratura da mandíbula.
A Polícia Civil também divulgou ontem o laudo cadavérico do
camelô Marcelo Melo Gonçalves
dos Santos, morto na segunda-feira em uma cela da sede da Polinter (Polícia Interestadual).
Santos estava preso sob a acusação de participar do assalto e do
homicídio. Foi encontrado agonizante, com fio de ventilador enrolado no pescoço, na sala de visitas
da Polinter. Estava algemado.
O laudo, de autoria das legistas
Zuleika Ribeiro Kubrusly e Sílvia
Falcão de Oliveira, aponta que a
morte foi resultado de enforcamento "por asfixia mecânica".
Segundo o delegado Lins, o parecer dessas técnicas é compatível
com a versão da Polinter. O laudo
aponta existência de sulco no pescoço de Santos oblíquo e ascendente, mais profundo na região
da garganta e quase inexistente na
altura da nuca, onde ficou o nó.
Segundo o laudo, escoriações
achadas no rosto, nas mãos e nos
braços de Santos tinham mais de
48 horas. Teriam ocorrido no assalto e em briga que teria tido, antes de ser preso, com um vizinho.
O diretor da Delegacia de Homicídios, Paulo Passos, disse que
o terceiro participante do crime
será preso até terça-feira. "Já o
identificamos. Trata-se de um homem ligado ao tráfico." A Secretaria da Segurança Pública ofereceu R$ 5.000 de recompensa por
informações sobre o paradeiro.
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