São Paulo, sexta-feira, 04 de maio de 2007

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Cai morte de internados por ataques cardíacos

DENYSE GODOY
DE NOVA YORK

A taxa de mortalidade entre pacientes hospitalizados devido a ataques cardíacos caiu de 8,4% em 1999 para 4,6% em 2005, de acordo com a maior pesquisa do gênero já realizada. O estudo sugere que tal queda se deve principalmente aos melhores tratamentos disponíveis, como a angioplastia e os remédios anticoagulantes e para baixar o colesterol. Segundo a pesquisa, também recuaram os percentuais de pacientes que desenvolveram falência cardíaca (de 20% em 1999 para 11% em 2005) e que tiveram outro infarto (de 4,8% para 2%).
O estudo, publicado na revista da Associação Médica Americana e patrocinado por indústrias farmacêuticas, foi feito com 44.372 pacientes de 113 hospitais em 14 países, inclusive o Brasil. Após terem alta, os pacientes foram acompanhados por mais seis meses. "Esses resultados são dramáticos porque é a primeira vez que alguém consegue demonstrar uma redução no desenvolvimento de novas doenças cardíacas", disse Keith Fox, líder do grupo de pesquisadores, cardiologista da Universidade de Edimburgo (Escócia). "Ele mostra o que está acontecendo no mundo real", completou Joel Gore, co-autor, cardiologista do Centro Médico da Universidade de Massachusetts. As melhoras observadas são provavelmente uma conseqüência direta da adoção das novas práticas determinadas pelas organizações de saúde dos EUA e da Europa, na opinião dos estudiosos.
Entre os cuidados indicados estão o uso de aspirina ou outros medicamentos anticoagulantes, de beta-bloqueadores para diminuir a necessidade de oxigênio das células cardíacas danificadas, de remédios para controlar o colesterol, de inibidores da enzima ACE para relaxar os vasos sangüíneos e a realização de angioplastia para abrir as artérias bloqueadas logo após a chegada do paciente ao hospital.
Segundo especialistas brasileiros, é preciso ter cuidado com os resultados da pesquisa, pois a realidade do país é muito diferente. No Brasil, o infarto ainda é a segunda causa de morte mais freqüente, atrás dos derrames. No Estado de São Paulo, é a causa principal.
Antônio Mansur, do Incor (Instituto do Coração), encara os dados com ceticismo. Segundo ele, em 1999 e 2000, na Grande SP, o índice de mortes por problemas do coração realmente caiu. Mas em 2003 e 2004, subiu o número de óbitos por complicações coronárias. "No Estado de São Paulo, existem apenas tendências sugerindo a redução das taxas de mortalidade por esse tipo de doença", afirmou o cardiologista Álvaro Avezum, diretor da Funcor (Fundação do Coração) e coordenador do Registro Grace no Brasil.


Com a colaboração de AIURI REBELLO


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