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Cai morte de internados por ataques cardíacos
DENYSE GODOY
DE NOVA YORK
A taxa de mortalidade entre
pacientes hospitalizados devido a ataques cardíacos caiu de
8,4% em 1999 para 4,6% em
2005, de acordo com a maior
pesquisa do gênero já realizada.
O estudo sugere que tal queda
se deve principalmente aos melhores tratamentos disponíveis, como a angioplastia e os
remédios anticoagulantes e para baixar o colesterol.
Segundo a pesquisa, também
recuaram os percentuais de pacientes que desenvolveram falência cardíaca (de 20% em
1999 para 11% em 2005) e que
tiveram outro infarto (de 4,8%
para 2%).
O estudo, publicado na revista da Associação Médica Americana e patrocinado por indústrias farmacêuticas, foi feito
com 44.372 pacientes de 113
hospitais em 14 países, inclusive o Brasil. Após terem alta, os
pacientes foram acompanhados por mais seis meses.
"Esses resultados são dramáticos porque é a primeira vez
que alguém consegue demonstrar uma redução no desenvolvimento de novas doenças cardíacas", disse Keith Fox, líder
do grupo de pesquisadores, cardiologista da Universidade de
Edimburgo (Escócia). "Ele
mostra o que está acontecendo
no mundo real", completou
Joel Gore, co-autor, cardiologista do Centro Médico da Universidade de Massachusetts.
As melhoras observadas são
provavelmente uma conseqüência direta da adoção das
novas práticas determinadas
pelas organizações de saúde
dos EUA e da Europa, na opinião dos estudiosos.
Entre os cuidados indicados
estão o uso de aspirina ou outros medicamentos anticoagulantes, de beta-bloqueadores
para diminuir a necessidade de
oxigênio das células cardíacas
danificadas, de remédios para
controlar o colesterol, de inibidores da enzima ACE para relaxar os vasos sangüíneos e a realização de angioplastia para
abrir as artérias bloqueadas logo após a chegada do paciente
ao hospital.
Segundo especialistas brasileiros, é preciso ter cuidado
com os resultados da pesquisa,
pois a realidade do país é muito
diferente. No Brasil, o infarto
ainda é a segunda causa de
morte mais freqüente, atrás
dos derrames. No Estado de
São Paulo, é a causa principal.
Antônio Mansur, do Incor
(Instituto do Coração), encara
os dados com ceticismo. Segundo ele, em 1999 e 2000, na
Grande SP, o índice de mortes
por problemas do coração realmente caiu. Mas em 2003 e
2004, subiu o número de óbitos
por complicações coronárias.
"No Estado de São Paulo,
existem apenas tendências sugerindo a redução das taxas de
mortalidade por esse tipo de
doença", afirmou o cardiologista Álvaro Avezum, diretor da
Funcor (Fundação do Coração)
e coordenador do Registro Grace no Brasil.
Com a colaboração de AIURI REBELLO
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