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NARCOTRÁFICO
Piloto que trabalharia para o carioca foi visto na casa do paulista Claudinho, preso anteontem no Paraguai
Polícia vê elo entre traficante e Beira-Mar
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A polícia de São Paulo afirma ter
conseguido provas da ligação do
traficante paulista Claudair Lopes
de Faria, conhecido como Claudinho ou CL, preso anteontem, no
Paraguai, com os traficantes Luiz
Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e Leonardo Dias
Mendonça, o Leo, preso em Goiás
em dezembro, durante a Operação Diamante.
Os três traficantes negociariam
drogas diretamente com as Farc
(Forças Armadas Revolucionárias Colombianas). Claudinho negou as acusações.
Segundo o diretor do Denarc
(Departamento de Investigações
sobre Narcóticos), Ivaney Cayres
de Souza, o piloto de avião Silvio
Berri Jr., que também trabalharia
para Beira-Mar, foi visto por policiais paraguaios na casa onde
Claudinho foi preso.
Berri teria ido buscar a mulher
que estava com Claudinho. Como
a polícia paraguaia não tinha nada contra ele, foi liberado. O Denarc já investigava a hipótese de
Claudinho usar as mesmas rotas e
os mesmos aviões que Beira-Mar.
Em relação a Mendonça, também suspeito de participar de um
esquema de compra de habeas
corpus do qual teria se beneficiado, o Denarc descobriu que um
telefone para comunicação via satélite que foi encontrado no avião
dele foi adquirido pelo próprio
Claudinho em São Paulo.
Os policiais acreditam que a
quadrilha de Claudinho comercializava cerca de duas toneladas
de cocaína por mês. A polícia
também investiga a possibilidade
de uma indústria de café no Paraguai ter sido usada para lavar dinheiro ou como disfarce para o
transporte da droga para o Brasil.
A pasta de cocaína vinda da Colômbia passava pelo Paraguai, de
onde era transportada para pistas
de avião clandestinas no interior
paulista. Depois de feita a preparação, a cocaína era distribuída
para o resto de São Paulo, Rio e
Minas Gerais. Em São Paulo,
Claudinho dominaria mais de 50
favelas, principalmente na região
oeste da capital paulista.
Desde o ano passado foram
identificados 15 imóveis que pertenceriam à quadrilha de Claudinho-cinco descobertos nos últimos dez dias. A casa onde foi preso é avaliada em US$ 250 mil.
A Cherokee dirigida por Claudinho no momento da prisão pertencia a Ramon Duret, considerado pela polícia um dos principais
traficantes paraguaios.
Segundo a polícia, Claudinho
teria admitido, em depoimento
informal, envolvimento em 50 assassinatos.
Outro lado
Claudinho negou as acusações.
"Não tenho avião, quanto mais
piloto." Ele disse não conhecer
Beira-Mar nem Mendonça.
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