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EDUCAÇÃO
Polícia investiga quatro suspeitos de terem recebido R$ 15 para trancar prédios e impedir entrada de funcionários
Piquetes acirram paralisação na USP
FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os piquetes que vêm sendo realizados por funcionários da USP
(Universidade de São Paulo) em
greve têm dificultado a negociação entre a reitoria e os grevistas.
A paralisação de professores e
de funcionários da USP completou oito dias ontem. Na Unicamp
(Universidade de Campinas), a
greve já dura nove dias. E, na
Unesp (Universidade Estadual
Paulista) há unidades paralisadas
há 15 dias. Estudantes da USP, em
assembléia realizada anteontem,
deliberaram apoio à greve e indicativo de greve estudantil.
A categoria reivindica reajuste
salarial de 16%, mas reitores e o
governador Geraldo Alckmin têm
ressaltado que não é possível dar
nenhum reajuste.
Há uma semana, foi instaurado
inquérito policial por conta dos
piquetes que impedem a entrada
nos prédios da USP de funcionários que não aderiam à greve.
A polícia também investiga denúncia de que quatro pessoas detidas, que supostamente não
eram ligadas à universidade, teriam sido paradas pela Guarda
Universitária dentro do campus
da USP, na madrugada do dia 1º,
com correntes e cadeados para
trancar prédios.
Segundo informações da reitoria da USP, essas quatro pessoas
seriam "piqueteiros terceirizados" e teriam dito à guarda do
campus que, para exercer a "atividade", receberam R$ 15.
"Estranhamente, a guarda não
apresentou essas pessoas na delegacia. Mas elas já foram identificadas e serão ouvidas sobre o caso", informou Arquimedes Cassão Veras Jr., delegado do 93º DP.
De acordo com Magno de Carvalho, presidente do sindicato dos
funcionários da USP, trata-se de
"uma armação"."A greve está
muito forte e essa é uma tentativa
de criminalizar o movimento."
Carvalho diz que as pessoas detidas e liberadas pertencem ao
MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). "São companheiros que nos ajudam a distribuir o "x-greve" [sanduíche servido aos grevistas]", disse. "Essa
história é pura calúnia. Não usamos correntes nem cadeados em
piquetes."
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