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Hospitais federais não fazem licitação
Governo Lula usa decreto de calamidade pública de março de 2005 para contratações diretas de bens e serviços no Rio
Levantamento do prefeito
do Rio, Cesar Maia, mostra
que Ministério da Saúde já
contratou R$ 55,7 milhões
após intervenção na cidade
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
Um ano e dois meses depois
da intervenção federal na saúde
no Rio, a União continua a usar
o decreto de estado de calamidade pública assinado pelo presidente Lula, em março do ano
passado, para justificar a contratação de bens e serviços sem
licitação pública nos hospitais
da Lagoa, Andaraí, Cardoso
Fontes e Geral de Ipanema.
Esses quatro hospitais eram,
originalmente, da União. Com
a implantação do SUS (Sistema
Único de Saúde), passaram para a Prefeitura do Rio e foram
reassumidos oficialmente pela
União em setembro do ano passado, após uma crise.
Desde então, dezenas de contratos referentes à administração dos quatro hospitais foram
assinados com dispensa de licitação, justificada pelo decreto
de estado de calamidade pública assinado por Lula, de 10 de
março de 2005. A medida levou
à intervenção federal na rede
hospitalar do município.
Além dos quatro que foram
devolvidos à União, os hospitais municipais Souza Aguiar e
Miguel Couto também sofreram intervenção, mas foram
devolvidos à prefeitura.
As contratações sem licitação feitas pelo Ministério da
Saúde foram apontadas pelo
prefeito Cesar Maia (PFL).
A edição do "Diário Oficial da
União" de 4 de maio trouxe o
extrato do contrato 8/2006, assinado entre o Hospital Geral
de Bonsucesso (federal) e a
Fundação de Apoio à Saúde e
Ensino Bonsucesso. O hospital
alegou o decreto de calamidade
pública -5392/ 2005- para
dispensar a licitação.
O Instituto Nacional do Câncer valeu-se do mesmo decreto
para contratar a empresa Eletromed para fazer a manutenção dos equipamentos do Hospital da Lagoa.
De acordo com levantamento de assessores de Cesar Maia,
desde a edição do decreto de calamidade, o Ministério da Saúde contratou serviços no valor
de R$ 55,7 milhões, sem licitação, no Rio de Janeiro. Os contratos foram assinados pelo
Hospital Geral de Bonsucesso
(R$ 11,12 milhões), Instituto
Nacional de Traumato-Ortopedia (R$ 20,63 milhões), Instituto Nacional do Câncer (R$ 8,83
milhões), Hospital dos Servidores do Estado (R$ 2,32 milhões), Hospital de Cardiologia
de Laranjeiras (R$ 8,93 milhões) e pelo escritório regional
do Ministério da Saúde (R$
3,86 milhões).
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