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Anvisa cancela vacinação em postos de aeroportos
Decisão inclui ainda unidades existentes em portos e nas fronteiras do país
Imunização contra a febre amarela, exigida para entrar em alguns países, será feita agora somente
em postos de saúde
RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os viajantes brasileiros que
precisam se imunizar contra a
febre amarela -exigência para
entrar em alguns países- não
encontram mais a vacina nos
aeroportos, nos portos e nas
fronteiras do país.
A Anvisa (Agência Nacional
de Vigilância Sanitária) acabou
com o serviço sob o argumento
de que vai se concentrar na
emissão do certificado internacional de vacinação e na orientação aos viajantes, que inclui
dar informações sobre os riscos
sanitários dos destinos.
Agora, para viajar para esses
locais, as pessoas deverão tomar a vacina em um posto de
saúde de qualquer cidade e, depois, solicitar o certificado internacional nos postos da Anvisa. Antes, os dois eram feitos ao
mesmo tempo nos aeroportos.
A Anvisa diz que os viajantes
não serão prejudicados pela
suspensão da imunização nos
aeroportos, porque a vacina
não pode ser aplicada no dia da
viagem, mas com ao menos dez
dias de antecedência.
Nos aeroportos de Congonhas e de Guarulhos, em São
Paulo, a vacinação foi suspensa
no sábado passado. Juntos, os
dois locais aplicaram cerca de
52,8 mil doses no ano passado.
Os postos da Anvisa aplicaram no ano passado perto de
176,5 mil doses da vacina.
A gerente de Orientação e
Controle Sanitário de Viajantes
da Anvisa, Karla Baeta, argumenta também que a vacinação, pela lei, é uma atribuição
prioritária das prefeituras e
que cabe a elas decidir sobre retomar ou não o serviço.
Especialistas em imunização
disseram à Folha que um possível motivo para o fim da vacinação nos postos da Anvisa foi
a procura exagerada pela vacina, desencadeada por ao menos 21 mortes por febre amarela entre dezembro e abril.
O governo paulista se disse
surpreso com a rapidez do fim
do serviço nos aeroportos e
portos do Estado. "A suspensão
foi muito brusca. Acreditávamos que seria gradativa", diz
Clélia Aranda, coordenadora
de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde.
A coordenadora afirma que
está discutindo com a Anvisa
uma forma de o Estado assumir a vacinação nos aeroportos, como ocorre hoje nos terminais rodoviários do Tietê e
da Barra Funda, na capital.
veja os locais de vacinação no Estado de SP
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