São Paulo, quinta-feira, 04 de junho de 2009

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Amiga de brasileiro, comissária quer evitar novo voo para o Rio

DO ENVIADO A PARIS

Escalada para trabalhar no voo de hoje da Air France entre Paris e Rio, a comissária de bordo carioca Letícia Hermont teme não ter condições emocionais para cumprir a missão.
Ao deixar o culto de ontem na catedral de Notre-Dame, visivelmente emocionada, ela segurava uma fotografia de Lucas Gagliano Jucá, 24, único tripulante brasileiro do voo 447.
"Ele era o meu melhor amigo. Nós éramos três, que vivíamos juntos", diz Letícia, impecavelmente vestida com o uniforme da Air France, como se estivesse pronta para decolar. No voo de hoje, Jucá, como ela chama o amigo, estava escalado para trabalhar a seu lado.
"Acho que vou pedir para não ir. As lembranças ainda são fortes demais", diz a jovem aeromoça, baixando os olhos como se fizesse força para conter o choro. Mas quando é questionada sobre a esperança de haver sobreviventes, ela já não consegue esconder as lágrimas.
"A esperança é a última que morre, quem sabe?", diz Letícia, lembrando os "bons momentos" que ela e Lucas tiveram juntos entre Brasil e França. "Entramos juntos na Air France, mas já éramos amigos bem antes disso."
A paisagem em torno da catedral de Notre-Dame foi tomada ontem pelo azul marinho do uniforme da Air France.
"É claro que a primeira coisa que vem à cabeça é que poderia ter sido em um voo meu", confessa o comissário Dominique Nion, que diz já ter feito o trajeto entre Rio e Paris "dezenas de vezes". Entre os colegas que costumam passar tantas horas no ar, disse ele, ninguém sabe explicar o que aconteceu.


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