São Paulo, quinta-feira, 04 de junho de 2009

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TRAGÉDIA NO ATLÂNTICO

Parentes montam comissão para acompanhar as buscas

Famílias reunidas em hotel no Rio querem também ter acesso às investigações

Mobilização ocorreu após desconhecido dizer que um navio deixara sobreviventes em Fernando de Noronha, o que depois gerou frustração


ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Após uma informação errada -a de que havia um navio com sobreviventes-, familiares dos passageiros do Airbus da Air France decidiram montar uma comissão para tentar acompanhar o resgate dos destroços e as investigações sobre as causas da queda do avião. Eles começaram a formar um grupo com cerca de dez pessoas, entre as que recebem assistência da companhia num hotel do Rio.
A primeira reivindicação do grupo é que alguns familiares sejam levados a Recife para acompanhar de perto as buscas. "Ainda tenho esperança de encontrar meu filho vivo", disse o aposentado Nelson Faria Marinho, pai de Nelson Marinho, passageiro do voo AF 447.
O desejo dos parentes será encaminhado à Aeronáutica. A Air France afirmou que ainda não discute o assunto, mas que atenderá a todos os pedidos após preparar uma estrutura no local para os familiares.
No final da tarde de anteontem, uma pessoa não identificada entrou no salão do hotel reservado aos parentes dos desaparecidos anunciando que um navio deixara sobreviventes em Fernando de Noronha.
"Foi uma comoção geral, um abraçando o outro, dando graças a Deus", afirmou o advogado Marco Tulio Moreno Marques, filho do casal José Gregório e Maria Tereza Marques, passageiros do voo. O boato foi desmentido logo depois por militares que acompanham os parentes, gerando frustração.
A comissão de passageiros pretende ainda acompanhar as investigações sobre o acidente. A apuração, no entanto, ficará a cargo de autoridades francesas, o que preocupa o grupo.
"Por um lado, é bom, porque os franceses têm melhores meios técnicos. Por outro, estão mais preocupados com os franceses. O Brasil não pode se ausentar da investigação", disse o gerente de hotel Maarten van Sluys, irmão da passageira Adriana Francisca van Sluijs.
"A gente ouve falar que o avião é muito moderno, que jamais cairia facilmente, era muito seguro e que os dados são passados eletronicamente. Então, se existe registro disso, pode haver muito mais coisa registrada do que foi falado até agora", afirmou ele.
Os familiares hospedados no hotel elogiaram a estrutura montada pela companhia. Para Van Sluys, as empresas brasileiras que já tiveram acidentes deveriam adotar como exemplo "a agilidade e a facilidade" mostradas pela Air France.
Num grande salão redondo no hotel Windsor, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), cerca de 40 familiares dos passageiros do voo AF 447 acompanham por computadores e uma TV as notícias sobre as buscas.
Dois militares, um da Aeronáutica e outro da Marinha, informam as novidades. A Air France disponibilizou ainda sete médicos e sete psicólogos.


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