|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRAGÉDIA NO ATLÂNTICO
Parentes montam comissão para acompanhar as buscas
Famílias reunidas em hotel no Rio querem também ter acesso às investigações
Mobilização ocorreu após desconhecido dizer que um navio deixara sobreviventes em Fernando de Noronha, o que depois gerou frustração
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
Após uma informação errada
-a de que havia um navio com
sobreviventes-, familiares dos
passageiros do Airbus da Air
France decidiram montar uma
comissão para tentar acompanhar o resgate dos destroços e
as investigações sobre as causas
da queda do avião. Eles começaram a formar um grupo com
cerca de dez pessoas, entre as
que recebem assistência da
companhia num hotel do Rio.
A primeira reivindicação do
grupo é que alguns familiares
sejam levados a Recife para
acompanhar de perto as buscas. "Ainda tenho esperança de
encontrar meu filho vivo", disse o aposentado Nelson Faria
Marinho, pai de Nelson Marinho, passageiro do voo AF 447.
O desejo dos parentes será
encaminhado à Aeronáutica. A
Air France afirmou que ainda
não discute o assunto, mas que
atenderá a todos os pedidos
após preparar uma estrutura
no local para os familiares.
No final da tarde de anteontem, uma pessoa não identificada entrou no salão do hotel
reservado aos parentes dos desaparecidos anunciando que
um navio deixara sobreviventes em Fernando de Noronha.
"Foi uma comoção geral, um
abraçando o outro, dando graças a Deus", afirmou o advogado Marco Tulio Moreno Marques, filho do casal José Gregório e Maria Tereza Marques,
passageiros do voo. O boato foi
desmentido logo depois por
militares que acompanham os
parentes, gerando frustração.
A comissão de passageiros
pretende ainda acompanhar as
investigações sobre o acidente.
A apuração, no entanto, ficará a
cargo de autoridades francesas,
o que preocupa o grupo.
"Por um lado, é bom, porque
os franceses têm melhores
meios técnicos. Por outro, estão mais preocupados com os
franceses. O Brasil não pode se
ausentar da investigação", disse o gerente de hotel Maarten
van Sluys, irmão da passageira
Adriana Francisca van Sluijs.
"A gente ouve falar que o
avião é muito moderno, que jamais cairia facilmente, era muito seguro e que os dados são
passados eletronicamente. Então, se existe registro disso, pode haver muito mais coisa registrada do que foi falado até
agora", afirmou ele.
Os familiares hospedados no
hotel elogiaram a estrutura
montada pela companhia. Para
Van Sluys, as empresas brasileiras que já tiveram acidentes
deveriam adotar como exemplo "a agilidade e a facilidade"
mostradas pela Air France.
Num grande salão redondo
no hotel Windsor, na Barra da
Tijuca (zona oeste do Rio), cerca de 40 familiares dos passageiros do voo AF 447 acompanham por computadores e uma
TV as notícias sobre as buscas.
Dois militares, um da Aeronáutica e outro da Marinha, informam as novidades. A Air
France disponibilizou ainda sete médicos e sete psicólogos.
Texto Anterior: Comandante de avião é filho de piloto Próximo Texto: Passageiros: Air Fance divulga lista com os nomes de 53 dos 58 brasileiros Índice
|