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PEDRO YAMAGUCHI FERREIRA (1983-2010)
De advogado a missionário
ANA FLOR
DE SÃO PAULO
Em fevereiro, o advogado
Pedro Yamaguchi Ferreira,
27 anos, se ancorou na frase
"Devemos ser a mudança
que queremos para o mundo", do pacifista indiano mahatma Gandhi, ao aceitar a
tarefa de viver na Amazônia
como missionário da Pastoral Indigenista.
Depois de três anos atuando como advogado da Pastoral Carcerária da Arquidiocese de São Paulo, Pedro desejava viver a fundo a realidade
social dos grotões do Brasil.
Reuniu amigos e familiares para comunicar a mudança. "Essa decisão é fruto de
um antigo desejo de sentir na
pele o que as pessoas mais
simples e esquecidas sentem. A partir dessa partilha,
colaborar para a transformação da realidade", escreveu o
advogado à época.
Passou a atuar na Diocese
de São Gabriel da Cachoeira
(AM), a 852 km de Manaus.
Por volta do meio-dia de
ontem, seu corpo foi encontrado por um barco do Exército no rio Negro, a cerca de
40 km de São Gabriel da Cachoeira. Estava desaparecido
desde a terça-feira, quando
saiu para nadar e foi arrastado pela correnteza.
Formado em Direito na
Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo em
2007, era o filho mais velho
de Alice Mieko Yamaguchi e
do deputado federal Paulo
Teixeira (PT-SP). Deixa um irmão e quatro irmãs.
Seu pai foi à região acompanhar as buscas. O Comando de Operações do Exército
e a Marinha mobilizaram seis
embarcações.
A missa de corpo presente
ocorrerá hoje, em São Paulo,
onde também será realizado
o enterro. O local ainda não
foi divulgado pela família.
coluna.obituario@uol.com.br
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