São Paulo, sábado, 04 de junho de 2011

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Vizinho de Congonhas quebra janela devido a ruído

Estressado e sem conseguir dormir, empresário pôs janelas antirruído

Total de residências prejudicadas chega a 60 mil, diz Associação dos Moradores do Entorno de Congonhas


RAPHAEL MARCHIORI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O empresário Carlos Anibal, 47, diz ter virado uma pessoa agressiva por conta do barulho dos aviões que operam em Congonhas.
Casado há quatro meses e em busca de mais espaço, ele se mudou para um apartamento na rua Rouxinol, em Moema. "Estava ficando louco e quebrei até uma janela num dia em que não aguentava mais tanto barulho."
Há dez dias, Anibal instalou duas janelas antirruído. "Não eliminou completamente o problema. A diferença é que agora consigo dormir, e antes não."
A próxima janela a receber o equipamento será a do filho, de apenas 45 dias. "Como vi que resolveu um pouco o problema, já encomendei uma para o quarto dele."
Quem amenizou o problema foi João Bráulio Junqueira, dono da empresa que instalou os kits antirruído.
Apesar de ter atendido muitos clientes na região, ele diz ter perdido negócios porque em alguns imóveis nem seu kit ameniza o ruído. "Perto da cabeceira norte, é impossível conter o barulho, porque os aviões pousam a uma altitude muito baixa."
O presidente da Associação dos Moradores do Entorno de Congonhas, Edvaldo Sarmento, considera uma vitória o relatório da Anac, mas acredita que muito mais que 9.951 casas sejam afetadas.
"Eles só estão considerando os pontos críticos, porque temos cerca de 60 mil residências prejudicadas."
Segundo o médico Hektor Onishi, da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, o excesso de ruído pode causar de problemas auditivos até doenças estomacais.
"As principais ocorrências ligadas à audição são o zumbido, a sensação de ouvido tapado e até a perda de audição. Devido ao estresse causado pelo local barulhento, porém, a pessoa poderá ter dores cabeça, problemas estomacais, aumento da pressão arterial e insônia", diz.


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