São Paulo, quinta, 4 de junho de 1998

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CRIME
Rosa Aparecida Teodoro Yuaso foi assassinada anteontem, num condomínio de classe média alta, em Mairiporã
Psicóloga pode ter sido morta por vingança

FERNANDA DA ESCÓSSIA
em São Paulo

A polícia suspeita de uma "morte por encomenda" no assassinato da psicóloga Rosa Aparecida Teodoro Yuaso, 56, morta anteontem, em Mairiporã (Grande São Paulo). O corpo da psicóloga foi enterrado ontem na cidade.
Rosa Yuaso foi espancada e estrangulada na madrugada de terça-feira por dois homens encapuzados que entraram em sua casa, no condomínio Alpes da Cantareira, conjunto de casas de classe média alta na serra da Cantareira.
Seu filho Luís Massao Teodoro Yuaso, 17, foi vendado e espancado pelos homens, que tentaram estrangulá-lo. Os encapuzados roubaram dois televisores, um aparelho de som e alguns instrumentos musicais do garoto e colocaram tudo no carro da psicóloga.
Pedreiros que faziam uma obra nos fundos da casa ouviram o barulho e chamaram um vizinho, que acionou a portaria.
De carro, dois porteiros foram até a casa da psicóloga. No caminho, cruzaram com o Escort dela, dirigido pelos encapuzados.
O motorista que dirigia o carro da psicóloga deu ré e foi perseguido pelo porteiro por aproximadamente 150 metros. O Escort caiu num buraco, parou, e os encapuzados fugiram pela mata.
O produto do roubo foi recuperado. Policiais militares Luís Yuaso, desacordado, ao hospital.
Vingança
A psicóloga se sentia ameaçada. Ela chegou a entregar à direção do condomínio um comunicado dizendo ter recebido ameaças e dando uma lista de nomes de pessoas que não gostaria de ver na região.
A lista seria entregue à polícia, mas, até o final da tarde de ontem, os nomes eram mantidos em sigilo. O caso foi registrado como latrocínio, mas o delegado de Mairiporã, Italo Miranda Junior, suspeita de vingança.
"A casa estava em reforma, praticamente abandonada, e era a mais simples entre as mansões. Por que assaltar justamente aquela casa? Sabemos que a psicóloga tinha recebido ameaças e estava em dificuldades financeiras."
A partir da hipótese de crime encomendado, uma das linhas de investigação adotadas pela polícia é a relação entre a psicóloga e seu filho adotivo, Fábio, 23. Mãe e filho discutiam muito.
O rapaz e seus amigos teriam, segundo moradores, provocado confusões no condomínio.
Fábio Yuaso esteve ontem no velório da mãe, mas não quis comentar o caso. Ele foi ouvido pela polícia no final da tarde de ontem, mas o teor de seu depoimento não fora divulgado até 19h.
A irmã da psicóloga, Luzia Teodoro, confirmou que Rosa estava amedrontada, mas disse que ela não tinha inimigos e que acreditava na hipótese do latrocínio.



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