São Paulo, quinta-feira, 04 de julho de 2002

Próximo Texto | Índice

CONTRABANDO

Produtos irregulares, avaliados em US$ 1,5 milhão, estavam em 400 lojas fiscalizadas por força-tarefa da prefeitura

Apreensão de importados lota 10 caminhões

Tuca Vieira/Folha Imagem
Mercadorias ilegais apreendidas pela força-tarefa da prefeitura de São Paulo são descarregadas de um dos caminhões


JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

ANDREA MARTINS
DO "AGORA"

Uma operação fiscal surpresa feita ontem na rua Santa Ifigênia, um dos maiores centros de venda de produtos eletrônicos e de informática de São Paulo, terminou ontem com uma apreensão recorde de mercadorias, que foram avaliadas em US$ 1,5 milhão e lotaram dez caminhões.
A blitz foi a segunda feita por uma força-tarefa criada pela Prefeitura de São Paulo para combater a venda de produtos ilegais na cidade. Dessa vez, o alvo foram produtos importados comercializados irregularmente.
A primeira fiscalização, no mês passado, também foi realizada no centro de São Paulo e envolveu apreensão de cerca de US$ 1 milhão em produtos contrabandeados, pirateados e falsificados.
As mercadorias foram encontradas em apartamentos de dois prédios da região da rua 25 de Março. Os imóveis eram supostamente usados como moradia e depósito dos produtos ilegais.
Ontem, a fiscalização foi feita em cerca de 400 lojas em 25 imóveis usados como minishoppings na rua Santa Ifigênia, no centro. Havia pelo menos sete meses que as lojas estavam sob a mira da Secretaria de Estado da Fazenda, que integra a força-tarefa.
No total, foram apreendidos 100 mil CDs piratas, equipamentos eletrônicos e de informática e programas de computador.
A operação durou cerca de cinco horas e mobilizou 700 pessoas, entre guardas civis, fiscais da Secretaria da Fazenda e policiais.
Na ação, 40 pessoas foram detidas. Dos detidos, 30 acabaram liberados e 10 foram presos em flagrante por posse e exposição para venda de produtos piratas, segundo o delegado Paulo Sérgio Fleury. A pena para este tipo de crime é inafiançável e varia de um a quatro anos de detenção.
Diferentemente da primeira operação da força-tarefa, não houve reação de comerciantes e protestos após a fiscalização, que contava com mandados de busca e apreensão para revistar estabelecimentos mesmo se eles estivessem fechados.
Na primeira fiscalização da força-tarefa, camelôs saíram às ruas em protesto, determinaram toque de recolher a comerciantes e entraram em confronto com policias militares. "Dessa vez, houve uma prevenção [com policiais" maior", disse Benedito Mariano, coordenador da força-tarefa e ouvidor-geral da prefeitura.
De acordo com o delegado regional tributário da Secretaria da Fazenda, Antonio Carlos Moura, o órgão vai investigar fornecedores e importadores de produtos que não chegaram a ser apreendidos -os comerciantes foram intimados a apresentar notas fiscais das mercadorias.
"Essa investigação talvez seja até mais importante que a operação de hoje (ontem)", disse Moura. Ele suspeita que serão encontradas irregularidades como notas falsas e empresas fantasmas.



Próximo Texto: Pasquale Cipro Neto: "Ecos do ão"
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.