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SAÚDE
Distribuidora de SP foi interditada e seu responsável, preso em flagrante; polícia investigará possíveis danos a pacientes
Empresa é suspeita de falsificar cateter
DA REPORTAGEM LOCAL
A Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo interditou ontem
por tempo indeterminado a distribuidora de produtos hospitalares Plantão Médico. A empresa
funcionava sem o aval do órgão e
é suspeita de falsificar cateteres
para pacientes com hidrocefalia
(acúmulo de líquido no crânio).
Cateter é um instrumento tubular que é introduzido no corpo
com o objetivo de retirar líquidos,
introduzir sangue, soro, medicamentos ou efetuar investigações
diagnósticas.
Segundo a Polícia Civil de São
Paulo, que investiga o caso, a distribuidora venderia cateteres de
origem desconhecida como se
fossem da Codman, empresa da
Johnson & Johnson. A Plantão
Médico também comercializaria
outros materiais hospitalares com
validade vencida e sem registro.
A empresa distribui para diversos hospitais do Estado, mas a Vigilância não soube informar
quantos e quais são.
Nelson Herbst, que se apresentou como responsável pela Plantão Médico, foi preso em flagrante
na sede da empresa, em um prédio de alto padrão em Santana,
zona norte, durante a operação.
Herbst seria indiciado ontem por
crime contra a saúde pública, cuja
pena é de dez a 15 anos de reclusão, disse o delegado titular da
Delegacia de Estelionato do Deic
(Departamento de Investigações
sobre o Crime Organizado), Manoel Camassa. O suspeito e seu
advogado, Ivan de Falchi Júnior,
não quiseram dar entrevistas.
A investigação da polícia começou há cerca de um mês, a partir
de uma representação da própria
Johnson & Johnson, disse Camassa. O delegado não quis dar
detalhes sobre a origem da suspeita da empresa. Segundo informações da Vigilância, no entanto,
médicos teriam relatado à Johnson & Johnson problemas com o
produto. A polícia verifica supostos danos causados a pacientes.
"Encontramos cateteres com as
mesmas características dos apresentados como falsos pela Johnson & Johnson ", afirmou Camassa sobre o resultado das buscas na
empresa.
A Plantão Médico vendia cateteres da Codman com registro de
procedência dos EUA na etiqueta.
A Johnson & Johnson, no entanto, importa os originais da Suíça.
A Johnson & Johnson não quis
comentar o caso.
Roberto Barbiroto, responsável
pela inspeção da Vigilância, diz
que foram achados também pinos para correção de fraturas,
desfibriladores e aparelhos de monitoração cardíaca sem procedência e registro. (FABIANE LEITE)
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