São Paulo, quinta-feira, 04 de julho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SAÚDE

Distribuidora de SP foi interditada e seu responsável, preso em flagrante; polícia investigará possíveis danos a pacientes

Empresa é suspeita de falsificar cateter

DA REPORTAGEM LOCAL

A Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo interditou ontem por tempo indeterminado a distribuidora de produtos hospitalares Plantão Médico. A empresa funcionava sem o aval do órgão e é suspeita de falsificar cateteres para pacientes com hidrocefalia (acúmulo de líquido no crânio).
Cateter é um instrumento tubular que é introduzido no corpo com o objetivo de retirar líquidos, introduzir sangue, soro, medicamentos ou efetuar investigações diagnósticas.
Segundo a Polícia Civil de São Paulo, que investiga o caso, a distribuidora venderia cateteres de origem desconhecida como se fossem da Codman, empresa da Johnson & Johnson. A Plantão Médico também comercializaria outros materiais hospitalares com validade vencida e sem registro.
A empresa distribui para diversos hospitais do Estado, mas a Vigilância não soube informar quantos e quais são.
Nelson Herbst, que se apresentou como responsável pela Plantão Médico, foi preso em flagrante na sede da empresa, em um prédio de alto padrão em Santana, zona norte, durante a operação. Herbst seria indiciado ontem por crime contra a saúde pública, cuja pena é de dez a 15 anos de reclusão, disse o delegado titular da Delegacia de Estelionato do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), Manoel Camassa. O suspeito e seu advogado, Ivan de Falchi Júnior, não quiseram dar entrevistas.
A investigação da polícia começou há cerca de um mês, a partir de uma representação da própria Johnson & Johnson, disse Camassa. O delegado não quis dar detalhes sobre a origem da suspeita da empresa. Segundo informações da Vigilância, no entanto, médicos teriam relatado à Johnson & Johnson problemas com o produto. A polícia verifica supostos danos causados a pacientes.
"Encontramos cateteres com as mesmas características dos apresentados como falsos pela Johnson & Johnson ", afirmou Camassa sobre o resultado das buscas na empresa.
A Plantão Médico vendia cateteres da Codman com registro de procedência dos EUA na etiqueta. A Johnson & Johnson, no entanto, importa os originais da Suíça. A Johnson & Johnson não quis comentar o caso.
Roberto Barbiroto, responsável pela inspeção da Vigilância, diz que foram achados também pinos para correção de fraturas, desfibriladores e aparelhos de monitoração cardíaca sem procedência e registro. (FABIANE LEITE)


Texto Anterior: Violência: Secretário pede ajuda a empresários
Próximo Texto: Panorâmica - Violência 1: Investigadora mata policial em briga na frente de quartel da PM de Guarulhos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.