|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PROTESTO
Manifestação foi contra suposta repressão a beijo entre homossexuais
"Beijaço" lota área em shopping de SP
DA REPORTAGEM LOCAL
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Ao som de músicas como
"Kiss", de Prince, e "Beijinho Doce", sucesso sertanejo, o "beijaço"
promovido por grupos GLBT
(Gays, Lésbicas, Bissexuais e
Transgêneros) lotou a praça de
alimentação do shopping Frei Caneca, ontem, em São Paulo.
O centro de compras, alvo do
protesto, decidiu na última hora
fornecer infra-estrutura para o
evento. Convidou o DJ Zé Pedro
para tocar só músicas que falassem de beijo, espalhou adesivos
com bocas vermelhas pelos corredores, preparou palco no centro
da praça de alimentação.
Segundo estimativa da administração do local, havia 3.000 pessoas presentes. E o público habitual de domingo, de 25 mil pessoas, saltou para 35 mil.
O jornalista João Carlos Xavier
Júnior, 25, e o publicitário Rodrigo Assis Rocha, 21, registraram
boletim de ocorrência no último
dia 6 em que diziam terem sido
abordados por um segurança ao
trocarem um beijo tipo "selinho"
e um abraço. Segundo eles, o segurança teria dito que o procedimento não era aceito no estabelecimento, mas que não vetaria o
beijo se o casal fosse heterossexual. Não houve testemunhas.
O shopping, que calcula que entre 10% a 15% de seus clientes sejam GLBT, diz que o casal foi tratado com respeito e só foi abordado pois teria cometido excessos
-o que seria adotado também
em relação a heterossexuais.
"É o reconhecimento de que estavam errados e estão se redimindo", disse Eduardo Piza, do Instituto Edson Neris. "Avalio de maneira positiva. O shopping não teve atitude de confronto", afirmou
Lula Ramires, presidente do Corsa, grupo organizador do evento.
"Foi uma demonstração de que
não queremos boicotar nada ou
definir comportamentos", disse o
superintendente do Frei Caneca,
Wilson Pelizaro. Questionado se
seriam admitidos beijos ardorosos como os de alguns manifestantes homossexuais, disse: "Hoje
é um dia diferente. Não sei."
No Rio
Já o "beijaço" promovido no
Rio reuniu cerca de 50 pessoas em
frente à Igreja Nossa Senhora da
Paz, em Ipanema (zona sul). Eles
se insurgiram contra o Vaticano,
que endossou documento condenando o reconhecimento legal da
união de pessoas do mesmo sexo.
"A igreja saiu do seu papel teológico para um papel político",
disse o organizador da manifestação, Cláudio Nascimento, 32, presidente do grupo Arco-Íris.
(FABIANE LEITE E HENRI CARRIÈRES)
Texto Anterior: Vestibular: Fuvest inicia hoje a venda de manual em 61 postos Próximo Texto: Educação: CEU muda regra e abre as piscinas ao público Índice
|