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CONCORRÊNCIA DESLEAL
Segundo procurador, quadrilha distribuiu chicletes com sonífero para prejudicar candidatos no Acre
Grupo é acusado de drogar vestibulandos
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
O grupo acusado de usar cola
eletrônica para fraudar o vestibular de medicina da Ufac (Universidade Federal do Acre), em 2002,
também é suspeito de usar sonífero para atrapalhar o desempenho
de outros candidatos e beneficiar
os alunos cúmplices da fraude.
A denúncia foi apresentada ontem pelo procurador Marcus Vinícius Aguiar Macedo à Justiça
Federal. Segundo o depoimento
de um aluno envolvido na fraude,
dois candidatos injetaram sonífero em chicletes que foram distribuídos em frente ao local da prova por dois contratados que usavam camisetas promocionais.
O aluno disse que também foi
colocado sonífero no suco de laranja servido no café da manhã de
três hotéis onde diversos candidatos estavam hospedados.
Ontem, a Justiça Federal acatou
a denúncia contra dez supostos
integrantes da quadrilha e 28 estudantes. Eles irão responder processo pelos supostos crimes de estelionato e falsidade ideológica.
Quatro alunos foram denunciados também pelo crime de envenenamento de substância alimentícia e irão responder processo
criminal. Hoje, acontecem os primeiros depoimentos.
Em maio, uma ação civil pública
afastou liminarmente 21 estudantes do curso de medicina da Ufac
suspeitos de terem se beneficiado
com a fraude no vestibular. A decisão foi mantida pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, com sede em Brasília.
O Ministério Público Federal
pediu a prisão preventiva de 28
pessoas. A Justiça negou.
A reitora interina da Ufac, Carolina Sampaio Barreto, disse que a
instituição não irá se manifestar
neste momento e que o destino
das vagas será decidido pelo Conselho Universitário.
As investigações sobre a quadrilha, acusada de atuar em dez Estados, começaram em setembro de
2003. Pelo menos três integrantes
da quadrilha estão presos. Eles foram detidos em um flagrante armado pela Polícia Federal, em junho passado, em São Paulo.
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