São Paulo, quarta-feira, 04 de agosto de 2004

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CONCORRÊNCIA DESLEAL

Segundo procurador, quadrilha distribuiu chicletes com sonífero para prejudicar candidatos no Acre

Grupo é acusado de drogar vestibulandos

SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA


O grupo acusado de usar cola eletrônica para fraudar o vestibular de medicina da Ufac (Universidade Federal do Acre), em 2002, também é suspeito de usar sonífero para atrapalhar o desempenho de outros candidatos e beneficiar os alunos cúmplices da fraude.
A denúncia foi apresentada ontem pelo procurador Marcus Vinícius Aguiar Macedo à Justiça Federal. Segundo o depoimento de um aluno envolvido na fraude, dois candidatos injetaram sonífero em chicletes que foram distribuídos em frente ao local da prova por dois contratados que usavam camisetas promocionais.
O aluno disse que também foi colocado sonífero no suco de laranja servido no café da manhã de três hotéis onde diversos candidatos estavam hospedados.
Ontem, a Justiça Federal acatou a denúncia contra dez supostos integrantes da quadrilha e 28 estudantes. Eles irão responder processo pelos supostos crimes de estelionato e falsidade ideológica.
Quatro alunos foram denunciados também pelo crime de envenenamento de substância alimentícia e irão responder processo criminal. Hoje, acontecem os primeiros depoimentos.
Em maio, uma ação civil pública afastou liminarmente 21 estudantes do curso de medicina da Ufac suspeitos de terem se beneficiado com a fraude no vestibular. A decisão foi mantida pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, com sede em Brasília.
O Ministério Público Federal pediu a prisão preventiva de 28 pessoas. A Justiça negou.
A reitora interina da Ufac, Carolina Sampaio Barreto, disse que a instituição não irá se manifestar neste momento e que o destino das vagas será decidido pelo Conselho Universitário.
As investigações sobre a quadrilha, acusada de atuar em dez Estados, começaram em setembro de 2003. Pelo menos três integrantes da quadrilha estão presos. Eles foram detidos em um flagrante armado pela Polícia Federal, em junho passado, em São Paulo.


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