São Paulo, quarta-feira, 04 de agosto de 2004

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VIOLÊNCIA

Segundo a polícia, grupo queria roubar carro para utilizá-lo num resgate; dois menores estão foragidos

Presos envolvidos na morte de jornalista

DO "AGORA"

Foram presos, na manhã de ontem, dois acusados de participar do assassinato do jornalista Leonardo Cicoti, 26, morto a cerca de 50 m do 35º DP (Jabaquara, zona sul de SP), no dia 3 de julho. Segundo a polícia, os assassinos pretendiam usar seu carro para resgatar um preso daquele distrito.
Cicoti fora seqüestrado à 0h30, na frente de sua casa, em São Bernardo (SP), e morto horas depois.
Às 5h30 de ontem, Cristiano Pereira da Silva, 18, e um adolescente de 15 anos foram detidos na favela do Jardim Ipê, em São Bernardo, e confessaram o crime.
Segundo o delegado Marco Antonio Novaes, Silva e o menor agiram com outros dois adolescentes, de 16 e 17 anos, que estão foragidos. Os quatro teriam abordado a vítima aleatoriamente. No banco de trás do Gol, o jornalista foi levado até a favela do Vietnã, na região do Jabaquara.
"Na favela, eles se reuniram em um barraco com um grupo de 10 criminosos que possuíam duas submetralhadoras, um fuzil e quatro pistolas. Eles fariam um resgate de presos no 35º DP."
O objetivo era usar o carro de Cicoti para levar Valtecarlos Galdino de Oliveira, 27, o Alemão, um dos que seriam resgatados, de volta à favela. "Porém o resgate não deu certo. Houve uma denúncia ao DP e a segurança ao seu redor foi reforçada", diz Novaes. Segundo o delegado, antes de realizar a ação, o bando mandou "olheiros" ao DP, que o viram cercado. O plano foi então abortado.
Saindo da favela, o grupo resolveu matar Cicoti. O delegado diz que a vítima soube do plano do resgate. O jornalista foi morto com tiro na cabeça. Silva confessou que foi o autor do disparo. Depois, o grupo voltou a São Bernardo e abandonou o carro.
À reportagem, Silva afirmou que matou porque Cicoti reagiu, dando-lhe um soco no rosto. "A gente não ia matar", disse.
Eduardo Cicoti, irmão da vítima, disse que a família não quer comentar mais nada sobre o caso.


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