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PASSA-RÁPIDO
Secretaria vai avaliar
Táxis em corredores devem atrasar ônibus
DO "AGORA"
A liberação de táxis com passageiros em passa-rápidos durante
24 horas por dia, anunciada durante o final de semana pelo prefeito José Serra (PSDB), irá fazer
com que a velocidade média dos
coletivos diminua, afirmam especialistas em trânsito consultados
pela reportagem.
Procurado, o secretário municipal de Transportes, Frederico
Bussinger, admitiu que a possibilidade de cair a velocidade dos
ônibus -a fluidez dos coletivos
foi um dos motivos da criação do
passa-rápido- realmente existe.
"Pode ter interferência. Para tirar essa dúvida, faremos a medição [da velocidade]. Vamos avaliar não só o corredor, mas também vias próximas", diz.
Hoje, dos nove corredores existentes, táxis estão liberados em
cinco. Outros quatro têm restrições nos horários de pico, das 6h
às 9h e das 17h às 20h. A partir do
dia 15, haverá liberação durante
90 dias em todos eles. Só poderão
circular táxis com passageiros e
eles não poderão parar no canteiro central para embarcar clientes.
São Paulo possui 33,7 mil táxis.
Retrocesso
Antes da criação dos corredores
exclusivos, a velocidade comercial média ônibus era de 13 km/h.
Com o passa-rápido, a velocidade
média subiu para 22 km/h.
"É um retrocesso. Vai abrir brechas para outros setores do transporte também pedirem a liberação", disse Sérgio Costa, 45 anos,
do Instituto de Engenharia.
Para o consultor independente
Humberto Pullin, 51 anos, a velocidade comercial dos veículos
tende a cair. "O reflexo direto é
que os usuários irão conviver novamente com atrasos na chegada
dos veículos", afirma.
Gustavo Hanashiro, secretário
dos Transportes nas gestões de
Mário Covas e Celso Pitta, diz que
a pressão para liberação das faixas
exclusivas a táxis é antiga.
"Sempre recebi esse tipo de
pressão e sempre fui contra. Táxi
não é transporte coletivo", diz.
Lei de 1998
A liberação de rodar em faixas
exclusivas foi conquistada pelos
taxistas em 1998 por meio de uma
polêmica lei de autoria do então
vereador Natalício Bezerra (do
PTB e hoje presidente do sindicato dos taxistas da capital), que
chegou a ser vetada pelo então
prefeito Pitta.
O veto foi derrubado pela Câmara, e a prefeitura recorreu à
Justiça para derrubar a medida. A
decisão só saiu em 2002.
No final do ano passado, durante o período eleitoral, a gestão da
ex-prefeita Marta Suplicy (PT)
permitiu aos taxistas trafegar em
parte dos corredores.
"Sabemos que não vai atrapalhar a velocidade dos ônibus. Mas
é só uma experiência e a medida
pode ser readequada", diz Bezerra.
(CLAYTON FREITAS)
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