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Polícia de SP matou um por dia no 1º semestre
Foram 201 mortes até junho; 178 pessoas foram mortas pela PM e 23 pela Polícia Civil
No mesmo período, 15
policiais foram assassinados
no Estado, proporção
equivalente a um agente
por grupo de 13 civis
GILMAR PENTEADO
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Nos primeiros seis meses do
governo de José Serra (PSDB),
a polícia paulista matou 201
pessoas, 1,11 por dia. Apesar de
menores do que em 2006,
quando houve reação policial à
onda de violência promovida
pelo PCC, os números são superiores a 2005 e revelam, segundo entidades, que a letalidade policial continua alta.
Também entre janeiro e junho deste ano, 15 policiais foram mortos, um agente por
grupo de 13 civis. "Os números
preocupam porque parece que
a reação de 2006 continuou
tendo reflexo no comportamento letal dos agentes neste
ano", afirmou o ouvidor da polícia, Antonio Funari.
Segundo estatísticas da Secretaria da Segurança Pública
do primeiro semestre de 2007,
178 pessoas foram mortas pela
Polícia Militar e 23 pela Polícia
Civil. Os policiais envolvidos
estavam de serviço ou de folga.
Em 2006, ano atípico nas estatísticas -em maio, houve a
reação policial aos ataques do
PCC (Primeiro Comando da
Capital)-, 341 civis foram mortos pela polícia no primeiro semestre, a maioria em supostos
confrontos. Os números de
mortos pela polícia em 2007,
porém, são superiores a 2005.
Naquele ano, 178 pessoas foram mortas pelas polícias Militar e Civil.
"O problema é que, mesmo
descartando 2006, não houve
diminuição da letalidade policial nos últimos anos", afirmou
Funari. Segundo ele, as estatísticas confirmam uma tendência já verificada pela Ouvidoria.
No primeiro trimestre de
2007, o número de denúncias
de homicídios envolvendo policias encaminhadas à Ouvidoria
quase dobrou em relação ao
mesmo período do ano anterior
-foram 91 contra 55 em 2006.
O homicídio subiu de quinto
para terceiro lugar no ranking
das denúncias em 2007.
"A impunidade depois da
reação da polícia aos atentados
do PCC explica essa letalidade
policial alta. Isso serve como
carta branca para a polícia continuar matando", afirmou Ariel
de Castro Alves, secretário-geral do Condepe (Conselho Estadual da Defesa dos Direitos
da Pessoa Humana).
Das 341 mortes no primeiro
semestre de 2006, 92 ocorreram em maio e foram consideradas pelo governo à época como de integrantes do PCC e
que teriam sido mortos quando
cometiam ataques. Neste ano, o
secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, afirmou
que ainda não há comprovação
de que os 92 mortos agiam em
nome do PCC. Em dezembro,
quatro PMs da Rota (Rondas
Ostensivas Tobias de Aguiar) e
um empresário viraram réus
em um processo pelo seqüestro
e morte de dois homens que estão na lista dos 92 suspeitos.
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