São Paulo, segunda-feira, 04 de agosto de 2008

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Sob efeito de pane do sábado, vôos atrasam mais uma vez

Problema nos radares em São Paulo causou efeito cascata de atrasos até ontem

Além disso, o mau tempo no Nordeste prejudicou pousos e decolagens; aeroporto de Maceió ficou fechado das 9h às 12h

MARIA CAROLINA NOMURA
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem foi buscar um parente ou um amigo ontem nos aeroportos de Congonhas, em São Paulo, ou de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), deparou-se com o aviso de "previsto" para o horário de chegada da maioria dos vôos.
A incerteza da pontualidade ainda era decorrência do efeito cascata de atrasos nos vôos ocorrido no sábado, por causa da queda de energia elétrica do Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo, segundo a Infraero (estatal que administra os aeroportos do país).
O sistema permite a visualização das aeronaves nos radares dos aeroportos de Congonhas, Guarulhos, Campo de Marte (zona norte de São Paulo) e Viracopos (Campinas).
Até as 21h, 33% dos vôos previstos no país atrasaram e 3,6% foram cancelados, segundo a Infraero. A previsão era que a situação se normalizasse no final da noite.
Quem for viajar hoje deve checar com a empresa aérea se o vôo está no horário marcado.

Mau tempo
Ainda segundo a Infraero, o mau tempo no Nordeste também prejudicou pousos e decolagens, e o aeroporto de Maceió (AL) ficou fechado das 9h às 12h de ontem.
A estatal não confirmou se a chuva em São Paulo também contribuiu com os atrasos, mas das 15h10 às 17h40 o aeroporto de Congonhas funcionou com o auxílio de instrumentos.
A aposentada Lourdes Bertoli, 54, foi uma das vítimas da espera no aeroporto de Guarulhos. "Minha irmã me ligou de Recife e disse que estava chovendo forte. Por isso, o vôo ia atrasar", conta. A chegada, prevista inicialmente para as 13h30 em Cumbica, havia sido remarcada para as 16h.
"Estou esperando há meia hora os meus irmãos que vêm de Caldas Novas [GO]. Olho na tela, e o vôo não está confirmado", reclamou o professor Ricardo de Santana, 30.
Quem embarcava, além de enfrentar a fila do check-in, tinha de cruzar os dedos para que o vôo saísse no horário "previsto". A dentista Cristina Andrade, 35, ia para o Rio de Janeiro no vôo previsto para as 16h30. "Mas disseram que só confirmariam o horário no portão de embarque."
Na batalha contra os atrasos, o telefone celular foi um grande aliado para evitar a perda de tempo. O motorista Paulo Candioto, 53, recebeu uma ligação de seu chefe dizendo que o vôo iria atrasar.
"Era para ele chegar de Salvador às 11h45. Ele me avisou e disse para eu estar aqui umas 15h. São quase 16h, e ele ainda não chegou, mas, pelo menos, não estou esperando há muito tempo", conta.
Para passar o tempo, o estudante Jonatan de Luna, 10, tirava fotos digitais no saguão do aeroporto. "Estou esperando faz tempo", lamentou ele, que aguardava parentes e amigos havia uma hora e meia.

Balanço
Em Congonhas, 37 (21,3%) dos 174 vôos atrasaram e 13 (7,5%) foram cancelados, até as 21h, segundo a Infraero. Em Cumbica, dos 199 vôos, 77 (38,7%) atrasaram e três (1,5%) foram cancelados.
No Rio, no aeroporto Santos Dumont, apenas 3 dos 44 vôos programados estavam atrasados (6,8%) e oito foram cancelados (18,2%). No Tom Jobim, dos 149 vôos previstos, 28 atrasaram (18,8%) e oito foram cancelados (5,4%).

31%
dos 1.237 vôos previstos no país estavam atrasados até as 19h de ontem, de acordo com balanço divulgado pela Infraero. O número de vôos cancelados chegou a 46 (3,7%)

37,4%
dos vôos que partiram do aeroporto de Cumbica, em São Paulo, sofreram atrasos; dois foram cancelados. Em Congonhas, 16,4% dos vôos atrasaram e dez foram cancelados


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