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Sob efeito de pane do sábado, vôos atrasam mais uma vez
Problema nos radares em São Paulo causou efeito cascata de atrasos até ontem
Além disso, o mau tempo
no Nordeste prejudicou pousos e decolagens; aeroporto de Maceió ficou fechado das 9h às 12h
MARIA CAROLINA NOMURA
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem foi buscar um parente
ou um amigo ontem nos aeroportos de Congonhas, em São
Paulo, ou de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), deparou-se com o aviso de "previsto" para o horário de chegada da maioria dos vôos.
A incerteza da pontualidade
ainda era decorrência do efeito
cascata de atrasos nos vôos
ocorrido no sábado, por causa
da queda de energia elétrica do
Serviço Regional de Proteção
ao Vôo de São Paulo, segundo a
Infraero (estatal que administra os aeroportos do país).
O sistema permite a visualização das aeronaves nos radares dos aeroportos de Congonhas, Guarulhos, Campo de
Marte (zona norte de São Paulo) e Viracopos (Campinas).
Até as 21h, 33% dos vôos previstos no país atrasaram e 3,6%
foram cancelados, segundo a
Infraero. A previsão era que a
situação se normalizasse no final da noite.
Quem for viajar hoje deve
checar com a empresa aérea se
o vôo está no horário marcado.
Mau tempo
Ainda segundo a Infraero, o
mau tempo no Nordeste também prejudicou pousos e decolagens, e o aeroporto de Maceió
(AL) ficou fechado das 9h às
12h de ontem.
A estatal não confirmou se a
chuva em São Paulo também
contribuiu com os atrasos, mas
das 15h10 às 17h40 o aeroporto
de Congonhas funcionou com o
auxílio de instrumentos.
A aposentada Lourdes Bertoli, 54, foi uma das vítimas da espera no aeroporto de Guarulhos. "Minha irmã me ligou de
Recife e disse que estava chovendo forte. Por isso, o vôo ia
atrasar", conta. A chegada, prevista inicialmente para as
13h30 em Cumbica, havia sido
remarcada para as 16h.
"Estou esperando há meia
hora os meus irmãos que vêm
de Caldas Novas [GO]. Olho na
tela, e o vôo não está confirmado", reclamou o professor Ricardo de Santana, 30.
Quem embarcava, além de
enfrentar a fila do check-in, tinha de cruzar os dedos para que
o vôo saísse no horário "previsto". A dentista Cristina Andrade, 35, ia para o Rio de Janeiro
no vôo previsto para as 16h30.
"Mas disseram que só confirmariam o horário no portão de
embarque."
Na batalha contra os atrasos,
o telefone celular foi um grande
aliado para evitar a perda de
tempo. O motorista Paulo Candioto, 53, recebeu uma ligação
de seu chefe dizendo que o vôo
iria atrasar.
"Era para ele chegar de Salvador às 11h45. Ele me avisou e
disse para eu estar aqui umas
15h. São quase 16h, e ele ainda
não chegou, mas, pelo menos,
não estou esperando há muito
tempo", conta.
Para passar o tempo, o estudante Jonatan de Luna, 10, tirava fotos digitais no saguão do
aeroporto. "Estou esperando
faz tempo", lamentou ele, que
aguardava parentes e amigos
havia uma hora e meia.
Balanço
Em Congonhas, 37 (21,3%)
dos 174 vôos atrasaram e 13
(7,5%) foram cancelados, até as
21h, segundo a Infraero. Em
Cumbica, dos 199 vôos, 77
(38,7%) atrasaram e três (1,5%)
foram cancelados.
No Rio, no aeroporto Santos
Dumont, apenas 3 dos 44 vôos
programados estavam atrasados (6,8%) e oito foram cancelados (18,2%). No Tom Jobim,
dos 149 vôos previstos, 28 atrasaram (18,8%) e oito foram cancelados (5,4%).
31%
dos 1.237 vôos previstos no país estavam atrasados até as 19h de ontem,
de acordo com balanço divulgado pela
Infraero. O número de vôos cancelados chegou a 46 (3,7%)
37,4%
dos vôos que partiram do aeroporto
de Cumbica, em São Paulo, sofreram
atrasos; dois foram cancelados. Em
Congonhas, 16,4% dos vôos atrasaram
e dez foram cancelados
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