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Latrocínio cresce 79% na capital paulista
Crime foi o que mais aumentou no 1º semestre, em comparação com o mesmo período de 2008, seguido de sequestros
Secretaria da Segurança relaciona crescimento, na capital e no Estado, com crise econômica mundial, que começou em setembro
AFONSO BENITES
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Os crimes de latrocínio e sequestro foram os que mais
cresceram no primeiro semestre deste ano em comparação
com o mesmo período do ano
passado na capital paulista.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, a
alta tem relação direta com a
crise econômica internacional
iniciada em setembro passado.
Os dados da Secretaria da Segurança Pública mostram que
de janeiro a junho deste ano
ocorreram 52 latrocínios (roubos seguidos de morte) em São
Paulo, contra 29 em 2008 -diferença de 79,3%. No total do
Estado, esse crime subiu de 126
casos para 172 -36,5%.
Os sequestros subiram 58,3%
na capital. Foram 12 casos no
primeiro semestre de 2008;
agora houve 19.
Em "nota explicativa" divulgada ontem em seu site com os
dados da violência, a secretaria
afirma que "o aumento da criminalidade no Estado também
foi notado nas crises [econômicas] de 98/99, 2001/2002 e
2003." Segundo o texto, "quando o desemprego aumenta, o
potencial de criminalidade tende a crescer; quando cai, esse
potencial tende a declinar, porém de forma mais lenta".
Nos seis meses analisados,
no entanto, o aumento do desemprego na capital paulista foi
inferior a um ponto percentual,
aponta o relatório do Dieese.
Indicado pela Segurança Pública para falar sobre o aumento da violência, o delegado-geral da Polícia Civil, Domingos
Paulo Neto, disse que não é
possível apontar um motivo para o aumento dos crimes de latrocínio e sequestro na capital.
"Não consigo afirmar o que
motivou o aumento dos crimes
de latrocínio, por exemplo. Não
sei se mais pessoas reagiram a
um assalto ou se o ladrão matou a vítima por pura maldade",
disse Paulo Neto.
Dados sobre os esclarecimentos dos latrocínios e sequestros não foram fornecidos
pela gestão do governador José
Serra (PSDB).
Um dos latrocínios ainda
sem solução, por exemplo, é o
que vitimou José Francisco
Fappi, 47. Gerente de uma multinacional de alimentos, ele foi
morto dia 25 de maio num assalto na Aclimação (zona sul).
Anteontem, um pai morreu
ao tentar salvar o filho de assalto, na rodovia Anchieta, em São
Bernardo do Campo (ABC).
Homicídios e roubos
Enquanto capital e Grande
São Paulo registraram queda
nos homicídios dolosos (intencionais), de 0,1% e 8,8%, respectivamente, no interior, houve uma alta de 21,3%.
As regiões que puxaram esse
aumento foram as de Santos,
Ribeirão Preto e São José dos
Campos. No comparativo, o Estado teve aumento de quase
6%. No interior, as regiões de
Presidente Prudente e de Bauru tiveram queda nesse quesito.
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