São Paulo, terça-feira, 04 de agosto de 2009

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entrevista

Para professor, USP se livra de responsabilidade

DA REPORTAGEM LOCAL

Professor da USP há 26 anos, o argentino Osvaldo Coggiola, titular de história contemporânea, diz que a universidade vive uma "campanha repressiva" e que "se livra de uma responsabilidade" ao punir fumantes em suas dependências. (VQG)

 

FOLHA - O senhor fuma?
OSVALDO COGGIOLA
- Fumo, sim. Há 40 anos. Um maço [por dia]. Não paro aula [para fumar], não fumo em sala de aula. Fumo no meu carro e em lugares abertos. Só fumo na minha casa e na rua.

FOLHA - O que achou da lei?
COGGIOLA
- Coibir o fumo em lugares que contaminam fumantes passivos estou de acordo. Mas estão dando uma imagem quase de criminoso para quem fuma. E isso sou absolutamente contra. A minha geração foi submetida a décadas de campanha do fumo. Antigamente até os médicos fumavam.

FOLHA - E o que acha da portaria da USP?
COGGIOLA
- A instituição vai delegar sua responsabilidade para cima do professor e do aluno. Não estou de acordo. É uma maneira de se livrar de responsabilidade. O que deveria haver é uma campanha, mesmo que a USP seja punida. Não devem partir para a punição.
A USP está a cada dia mais cheia de regulamentações. Tudo é punição. A autonomia não chega ao ponto de que o que não é crime fora da USP é crime dentro da USP. Não estou de acordo que a USP parta para um sistema próprio de punições. A USP não pode criar punições que lhe sejam próprias para um crime.


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