Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
entrevista
Para professor, USP se livra de responsabilidade
DA REPORTAGEM LOCAL
Professor da USP há 26
anos, o argentino Osvaldo
Coggiola, titular de história contemporânea, diz
que a universidade vive
uma "campanha repressiva" e que "se livra de uma
responsabilidade" ao punir fumantes em suas dependências.
(VQG)
FOLHA - O senhor fuma?
OSVALDO COGGIOLA - Fumo,
sim. Há 40 anos. Um maço
[por dia]. Não paro aula
[para fumar], não fumo em
sala de aula. Fumo no meu
carro e em lugares abertos.
Só fumo na minha casa e
na rua.
FOLHA - O que achou da lei?
COGGIOLA - Coibir o fumo
em lugares que contaminam fumantes passivos
estou de acordo. Mas estão
dando uma imagem quase
de criminoso para quem
fuma. E isso sou absolutamente contra. A minha geração foi submetida a décadas de campanha do fumo. Antigamente até os
médicos fumavam.
FOLHA - E o que acha da portaria da USP?
COGGIOLA - A instituição
vai delegar sua responsabilidade para cima do professor e do aluno. Não estou de acordo. É uma maneira de se livrar de responsabilidade. O que deveria haver é uma campanha, mesmo que a USP seja punida. Não devem partir para a punição.
A USP está a cada dia
mais cheia de regulamentações. Tudo é punição. A
autonomia não chega ao
ponto de que o que não é
crime fora da USP é crime
dentro da USP. Não estou
de acordo que a USP parta
para um sistema próprio
de punições. A USP não
pode criar punições que
lhe sejam próprias para
um crime.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Educação: Professores criticam prova para reajuste Índice
|