São Paulo, quarta-feira, 04 de agosto de 2010

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MAURICIO TAKEDA (1960 - 2010)

Do velho violino às orquestras

FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Empoeirado, sem cordas e esquecido na casa dos avós. Assim estava o primeiro violino de Maurício Takeda, quando ele o encontrou ao limpar o lugar.
A descoberta não podia ser coincidência. Ele já havia se encantado pela música erudita e pensava em estudar o instrumento. Era um sinal. Aquele violino parecia ser perfeito e muito valioso.
Não era, mas mesmo assim foi seu primeiro violino.
Três anos depois, o jovem tímido de 20 anos dotado de ouvido apurado e de grande habilidade manual entrou para Orquestra Sinfônica Municipal de Santos.
A mãe chorou por uma semana ao ver o filho largar a faculdade de arquitetura para dedicar-se à música em meados dos anos 80.
Da arquitetura levou apenas Marisa, colega de faculdade com quem ficou casado por pouco mais de 15 anos e teve duas filhas. Uma delas é cantora lírica. A família se mudou para SP quando Maurício entrou para a orquestra sinfônica da cidade.
O segundo filho de um comerciante descendente de japoneses e de uma professora voltava para onde nascera.
Tocava violão e guitarra numa banda de rock clássico que teve com amigos do ginasial e ainda hoje ouvia The Who, Deep Purple e Yes.
Tocou violino na Jazz Sinfônica e com artistas que vão de André Abujamra a Fábio Jr., passando por especiais do Roberto Carlos e um grupo de música Celta.
Estava em Nova York quando, na sexta-feira, sofreu um infarto e morreu, aos 49, deixando duas filhas. O velório será hoje, às 12h, no Cemitério do Morumbi.

coluna.obituario@uol.com.br


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