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MAURICIO TAKEDA (1960 - 2010)
Do velho violino às orquestras
FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Empoeirado, sem cordas e
esquecido na casa dos avós.
Assim estava o primeiro violino de Maurício Takeda,
quando ele o encontrou ao
limpar o lugar.
A descoberta não podia ser
coincidência. Ele já havia se
encantado pela música erudita e pensava em estudar o
instrumento. Era um sinal.
Aquele violino parecia ser
perfeito e muito valioso.
Não era, mas mesmo assim foi seu primeiro violino.
Três anos depois, o jovem
tímido de 20 anos dotado de
ouvido apurado e de grande
habilidade manual entrou
para Orquestra Sinfônica
Municipal de Santos.
A mãe chorou por uma semana ao ver o filho largar a
faculdade de arquitetura para dedicar-se à música em
meados dos anos 80.
Da arquitetura levou apenas Marisa, colega de faculdade com quem ficou casado
por pouco mais de 15 anos e
teve duas filhas. Uma delas é
cantora lírica. A família se
mudou para SP quando Maurício entrou para a orquestra
sinfônica da cidade.
O segundo filho de um comerciante descendente de japoneses e de uma professora
voltava para onde nascera.
Tocava violão e guitarra
numa banda de rock clássico
que teve com amigos do ginasial e ainda hoje ouvia The
Who, Deep Purple e Yes.
Tocou violino na Jazz Sinfônica e com artistas que vão
de André Abujamra a Fábio
Jr., passando por especiais
do Roberto Carlos e um grupo de música Celta.
Estava em Nova York
quando, na sexta-feira, sofreu um infarto e morreu, aos
49, deixando duas filhas. O
velório será hoje, às 12h, no
Cemitério do Morumbi.
coluna.obituario@uol.com.br
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