São Paulo, quarta-feira, 04 de agosto de 2010

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Mizael e vigia têm prisão decretada pela Justiça

Eles são acusados de matar Mércia Nakashima, ex-namorada de Mizael

Advogado do ex da vítima diz que o cliente não irá se entregar; ele tem prazo de dez dias para apresentar defesa

DE SÃO PAULO

Quase dois meses após a polícia encontrar o corpo da advogada Mércia Nakashima, a Justiça de Guarulhos (Grande São Paulo) decretou ontem a prisão preventiva de Mizael Bispo de Souza, ex-namorado de Mércia, e do vigia Evandro Bezerra da Silva.
Os dois são acusados de matar a advogada. O juiz Leandro Jorge Bittencourt Cano, no entanto, não acolheu a acusação por ocultação de cadáver, pois entendeu que "a intenção de jogar a vítima na represa era de consumar" o assassinato.
O carro de Mércia foi encontrado no dia 10 de junho em uma represa no município de Nazaré Paulista (a 64 km de São Paulo), após indicação de um homem. No dia seguinte, 11 de junho, o corpo da advogada foi encontrado no local, 17 dias após ela ter desaparecido.
Mizael foi acusado de homicídio triplamente qualificado, mas desde o início das investigações nega qualquer envolvimento com o crime.
O vigia, acusado pela polícia de ajudar Mizael, foi denunciado por homicídio duplamente qualificado.
Silva chegou a falar, em depoimento à polícia, que combinou de ir buscar Mizael na represa de Nazaré Paulista no dia 23 de maio -data do desaparecimento de Mércia-, mas depois mudou a versão e negou qualquer envolvimento com o crime.
O juiz também pediu que a polícia faça "com urgência" o que foi pedido pelo Ministério Público, como a conclusão dos laudos periciais e a reconstituição do crime.
"Existem provas irrefutáveis de que alguém tentou apagar os vestígios do crime, notadamente com o intuito de prejudicar as investigações", afirma o juiz no texto de sua decisão.
Agora, os advogados dos acusados têm dez dias para apresentar a defesa.
Ivon Ribeiro, um dos advogados de Mizael, afirmou ontem que vai entrar com recurso contra a prisão e que seu cliente não irá se entregar.
Disse ainda que vai entrar com pedido para que o caso seja julgado em Nazaré Paulista- onde o crime foi cometido- e não em Guarulhos.

INQUÉRITO
Na semana passada, o delegado Antônio Olim, responsável pela investigação da morte de Mércia, concluiu o inquérito do caso.
De acordo com a polícia, Mizael e Evandro se falaram 16 vezes no dia 23 de maio e teriam se encontrado perto da estrada que liga Guarulhos a Nazaré Paulista.
O celular de Evandro e o rastreador do carro de Mizael mostram que eles ficaram por meia hora naquele lugar.
Os dois voltaram a se falar, num telefone que não foi entregue à polícia, por mais 15 vezes até o horário em que Mércia desapareceu.
Segundo a Polícia Civil, os telefonemas são provas que colocam os suspeitos no local do crime.


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