São Paulo, terça-feira, 04 de setembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Jobim admite mudar lei para usar o Exército no combate à violência

No Haiti, ministro retomou a questão do emprego das Forças Armadas em área urbana

ELIANE CANTANHÊDE
ENVIADA ESPECIAL A PORTO PRÍNCIPE

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, admitiu ontem patrocinar um debate sobre a mudança da Constituição para permitir o emprego das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem internas, ou seja, no combate à violência urbana. Essa é uma antiga discussão no Brasil, mas nunca foi adiante. Apesar disso, o Exército tem atuado no Rio em situações especiais.
"Posso patrocinar isso oportunamente", disse Jobim ontem, em Porto Príncipe (capital do haitiana), onde as Forças Armadas brasileiras comandam a Minustah, a missão das Nações Unidas para estabilizar o Haiti.
Depois, Jobim disse que o problema é a diferença de estatuto legal. As leis internacionais da ONU (Organização das Nações Unidas) permitem o emprego das Forças Armadas em ações de combate ao crime interno, mas a brasileira, não.
Em palestra para o ministro sobre as atividades do Brasil no Haiti, o coronel Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva havia dito claramente que elas tiveram duas fases. Na primeira, com "ações tradicionais" de Exército e, agora, com "a garantia da lei e da ordem" inclusive nas áreas urbanas.

Mal-estar
Jobim estava acompanhado dos comandantes do Exército, general Enzo Martins Peri, e da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito. Apesar do mal-estar entre ele e as Forças na semana passada, com o lançamento do livro "Direito à Memória e à Verdade", sobre torturas e mortes no regime militar (1964-1985), eles viajaram juntos, almoçaram e conversaram amigavelmente.

Texto Anterior: Violência: Capitã da PM escapa após ser sequestrada
Próximo Texto: Caixa-preta de trem não gravou diálogo entre os maquinistas e controladores
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.