Decisão foi tomada diante da "imprevisibilidade da liberação das obras" pelo Instituto de Criminalística, que investiga o local

Tempo de adiamento vai depender do período de coleta das provas sobre as causas da cratera que deixou 7 mortos em janeiro

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Metrô de São Paulo decidiu que a linha 4-amarela vai começar a funcionar mesmo sem a estação Pinheiros, onde a abertura de uma cratera deixou sete mortos em janeiro.
Ela era uma das mais importantes da primeira fase da obra, mas só deve ser aberta aos passageiros num segundo momento. O tempo de adiamento ainda será definido -a depender da coleta das provas da investigação da tragédia pelo IC (Instituto de Criminalística).
O Metrô diz que tomou a decisão diante da "imprevisibilidade da liberação do canteiro de obras" pelo IC. Já há um atraso de 53 dias no cronograma de escavações na área.
O governo José Serra (PSDB) afirma oficialmente que prevê inaugurar a primeira etapa da linha 4 no segundo semestre de 2009, embora, conforme apurou a Folha, já existam discussões sobre um eventual adiamento para 2010, ano de eleições estaduais e presidenciais.
O Metrô diz que, mesmo não sendo entregue junto com as demais (Butantã, Faria Lima, Paulista, República e Luz), não houve, "por enquanto", decisão de adiar Pinheiros para a segunda etapa -programada, na melhor hipótese, para 2012.
O período de coleta de provas pelo IC deve ser estendido até janeiro de 2008.
Pelo contrato em vigor hoje (e que será modificado), a primeira fase da linha 4 teria que ser entregue até dezembro do próximo ano.
A estação é considerada estratégica por conta da integração com a linha C da CPTM, que liga Osasco a Jurubatuba.
Ela deve receber 140 mil passageiros/ dia -a quarta maior dentre as dez estações da linha 4. Perde para Luz (196 mil), Paulista (167 mil) e República (160 mil). A primeira fase da linha do metrô deveria, pelas projeções originais, transportar 704 mil usuários por dia.
A Folha apurou que técnicos do Consórcio Via Amarela, responsável pela obra, ainda consideram possível a entrega da estação junto com as demais, se a área fosse liberada pelo IC até janeiro do ano que vem. O adiamento da inauguração vinha sendo negociado com representantes do Consórcio ViaQuatro, que vai operar a linha por 30 anos. Se tiver atraso para começar a operação, há previsão de multa para o Metrô.

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