São Paulo, quinta-feira, 04 de setembro de 2008

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ROBERTO FUMIU IUATA (1955-2008)

Os exatos 53 anos de um projetista

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

O aniversário do ano passado já não foi bom para Roberto Fumiu Iuata, neto de imigrantes japoneses. Em junho de 2007, a dois meses de festejar seu nascimento, soube que carregava um tumor no pulmão. Não fumava.
Nascido na zona leste de São Paulo, no bairro do Carrão, onde passou a vida toda, Roberto era filho de feirantes. Os pais negociavam batatas e legumes nas ruas da cidade. Para engrossar a renda, alugavam o estabelecimento que tinham anexo à casa. Moravam atrás de um bar.
Roberto estudou desenho industrial e tornou-se projetista. Todos os dias, cruzava os corredores do boteco para ir ao trabalho. Nas idas e vindas pelo local, conheceu Wanda Aparecida, filha do locatário do bar.
Casaram-se, mudaram-se para um apartamento no bairro (o pai continua morando nos fundos do boteco), tiveram dois filhos, e Roberto abriu uma pequena empresa de brindes. Imprimia o que o cliente desejasse em canetas, chaveiros e réguas.
A filha pretende estudar design gráfico.
Gostava dos apetrechos que produzia. Uma de suas diversões era passar o dia na 25 de Março. Os DVDs que comprava por lá lhe rendiam aventuras: mesmo na condição de comprador, já teve de correr da fiscalização.
O aniversário deste ano Roberto também não comemorou. Morreu no domingo, em São Paulo, no exato dia em que completaria 53 anos. Foi vítima do câncer.

obituario@folhasp.com.br


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