São Paulo, sexta-feira, 04 de setembro de 2009

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NELSON ROBERTO PEREZ (1918-2009)

O cantor foi o único caubói brasileiro

TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Bob Nelson era o único caubói dessas bandas, disse Erasmo Carlos na canção "A lenda de Bob Nelson", de 1974. Era com um lenço amarrado no pescoço, chapéu tipo "country" e um bigodinho fininho que ele entoava seu "od-lay-od-lay-he-ho" pelas rádios brasileiras. O ritmo tirolês, conhecido como yodel, ele aprendeu quando assistia ao filme "Idílio nos Alpes", em Campinas (interior de SP), sua terra natal -a cada "od-lay" soltado pelos atores, um naco de neve caía e abria a passagem.
Ele e o amigo Bento resolveram experimentar: nas noites de sábado, iam para as ruas da cidade e cada um entoava o ritmo de um lado da calçada. Com isso, abriam passagem pelo mundo das garotas, que haviam visto o filme e se impressionavam.
Bob ficou tão craque que foi chamado para cantar nas rádios. Primeiro na Educadora, em Campinas. Depois na Tupi -onde agregou um "Bob" artístico ao nome.
Criou uma versão abrasileirada, meio "country", da música "Oh, Suzana" e ganhou prêmio da rádio Cultura de São Paulo, em 1943. Foi chamado por Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek para cantar em festas. Pendurou o chapéu de caubói na sexta, 28 de agosto, aos 90, quando morreu de infecção pulmonar e nos rins. Deixou a mulher, com quem casara há 58 anos, dois filhos, dois netos e dois bisnetos.
A missa de sétimo dia será hoje, às 12h15, na igreja Santa Rita de Cássia, no Rio.

coluna.obituario@uol.com.br


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