|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NELSON ROBERTO PEREZ (1918-2009)
O cantor foi o único caubói brasileiro
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Bob Nelson era o único
caubói dessas bandas, disse
Erasmo Carlos na canção "A
lenda de Bob Nelson", de
1974. Era com um lenço
amarrado no pescoço, chapéu tipo "country" e um bigodinho fininho que ele entoava seu "od-lay-od-lay-he-ho" pelas rádios brasileiras.
O ritmo tirolês, conhecido
como yodel, ele aprendeu
quando assistia ao filme "Idílio nos Alpes", em Campinas
(interior de SP), sua terra natal -a cada "od-lay" soltado
pelos atores, um naco de neve caía e abria a passagem.
Ele e o amigo Bento resolveram experimentar: nas
noites de sábado, iam para as
ruas da cidade e cada um entoava o ritmo de um lado da
calçada. Com isso, abriam
passagem pelo mundo das
garotas, que haviam visto o
filme e se impressionavam.
Bob ficou tão craque que
foi chamado para cantar nas
rádios. Primeiro na Educadora, em Campinas. Depois
na Tupi -onde agregou um
"Bob" artístico ao nome.
Criou uma versão abrasileirada, meio "country", da
música "Oh, Suzana" e ganhou prêmio da rádio Cultura de São Paulo, em 1943.
Foi chamado por Getúlio
Vargas e Juscelino Kubitschek para cantar em festas.
Pendurou o chapéu de
caubói na sexta, 28 de agosto,
aos 90, quando morreu de infecção pulmonar e nos rins.
Deixou a mulher, com quem
casara há 58 anos, dois filhos,
dois netos e dois bisnetos.
A missa de sétimo dia será
hoje, às 12h15, na igreja Santa Rita de Cássia, no Rio.
coluna.obituario@uol.com.br
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: País já produz carro menos poluidor, mas para exportar Índice
|