São Paulo, domingo, 04 de setembro de 2011

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ANÁLISE

Curso não deve ser escolhido só por incentivos financeiros

ERNESTO MARTINS FARIA
ESPECIAL PARA A FOLHA

A oferta de vagas na universidade por sites de compra coletiva auxilia, segundo seus defensores, o ingresso de estudantes de classes socioeconômicas mais baixas no ensino superior.
Por outro lado, pode estimular pessoas a ingressarem em cursos não compatíveis com seu perfil e/ou habilidades. A consequência pode ser um alto percentual de alunos abandonando ou evadindo durante o curso.
É perigoso quando, para o preenchimento de vagas, as faculdades mudam consideravelmente a mensalidade ou a anualidade de um curso.
Isso interfere no perfil dos alunos, o que não necessariamente é benéfico.
Ao mesmo tempo, deve-se questionar se os cursos que teriam vagas ociosas e que fornecem descontos aos estudantes possuem os insumos educacionais necessários para a oferta de um ensino de qualidade.
O que se percebe é que os sites estão investindo numa provável alta elasticidade do preço da demanda. Isto é, os estudantes, principalmente da classe C, tendem a aumentar a demanda de um curso quando ocorre uma queda de preço (mensalidades).
Estimular esse comportamento é perigoso, pois a educação é um bem durável, e o ensino superior não deve ser cursado única e exclusivamente por incentivos financeiros - fato que o sistema dos sites de compras coletivas pode incentivar.

ERNESTO MARTINS FARIA é economista, pesquisador e editor do blog http://estudandoeducacao.com


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