São Paulo, quarta-feira, 04 de outubro de 2000

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BARBARA GANCIA

Blablablá du Rouet que fique um ano sem biscrok

O cavalo do nosso Rodrigo Pessoa não sabe a sorte que tem. Por muito menos do que o Baloubet du Rouet aprontou na madrugada do último domingo, o meu Pacheco Pafúncio já passou o mês inteiro sem ver a cor de um biscrok.
Se eu já morro de vergonha quando o meu cão e personal trainer se apaixona pela perna das visitas, imagine o que eu não faria se, na frente do mundo inteiro, a um passo da conquista da medalha de ouro nas Olimpíadas, meu mascote se recusasse a ultrapassar um obstáculo. Vixe! Tome vara de marmelo! Batida com aveia e leite, claro, porque de violento já basta o cheiro do esgoto da minha calçada, não é mesmo?
Se o Pacheco me aprontasse uma do naipe da perpetrada pelo Blablablá du Rouet, no mínimo, eu chamava o vereador Toninho Paiva, aquela florzinha do campo, para morder o traseiro do meu salsicha.
Já imaginou tomar uma mordida no fiofó do cavalheiro que, em plena luz do dia, ameaçou de morte dona Nicéa (quem?) Pitta e que, mesmo assim, acabou sendo reeleito vereador?
Desde domingo, o pessoal está atordoado, como se tivesse tomado uma panelada na orelha. E agora todos só querem uma coisa: explicações.
Por que diabos não trouxemos para casa o ouro de Sydney? Por que as eleições para prefeito tomaram esse rumo infausto?
Não posso oferecer uma resposta melhor do que as que você têm ouvido por aí, caro leitor. Só acho de uma burrice ímpar ficar acusando este ou aquele atleta de ter amarelado.
Até cavalo agora deu para amarelar! Será possível?
Na minha modestíssima opinião, no dia em que o público começar a encarar conquistas esportivas pelo que elas são, ou seja, apenas exemplos de talento e dedicação, que não servem para encher barriga de torcedor, nenhum atleta tapuia vai mais amarelar.
Mas, enquanto uma vitória verde-amarela continuar a ser o mecanismo para se alavancar o orgulho de um país inteiro, muito esportista ainda vai tremer na base. Ó, incumbência injusta!
Quanto às eleições, não me venham com a ladainha de que o pleito evidenciou o grau de coerência e a maturidade do paulistano. Se houvesse alguma coerência, a candidata Havanir, do Prona, não teria obtido votação tão expressiva. Nem Wadih Mutran e Erasmo Dias teriam emplacado.
E, se o eleitor fosse mesmo tão maduro, a esta altura já teria aprendido a identificar as pernas curtas de um certo candidato.

QUALQUER NOTA

Lixo
Nos EUA, o SPAM, mensagem via e-mail com propaganda, boato ou corrente, já está sendo considerado crime. Não vejo a hora de que a moda pegue por aqui. Só quem trabalha o dia todo no computador sabe o tempo que se perde por conta dessa invenção do capeta.

Aqui se faz
Em seu exílio nova-iorquino, Zélia Cardoso de Mello está mesmo matando cachorro a grito. A solidão é tamanha, que a ex-ministra faz questão de convidar todo e qualquer brazuca que aporte na cidade para jantar nos restaurantes mais caros.


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