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BARBARA GANCIA
Blablablá du Rouet que fique um ano sem biscrok
O cavalo do nosso Rodrigo
Pessoa não sabe a sorte que
tem. Por muito menos do que o
Baloubet du Rouet aprontou na
madrugada do último domingo,
o meu Pacheco Pafúncio já passou o mês inteiro sem ver a cor de
um biscrok.
Se eu já morro de vergonha
quando o meu cão e personal
trainer se apaixona pela perna
das visitas, imagine o que eu não
faria se, na frente do mundo inteiro, a um passo da conquista da
medalha de ouro nas Olimpíadas,
meu mascote se recusasse a ultrapassar um obstáculo. Vixe! Tome
vara de marmelo! Batida com
aveia e leite, claro, porque de violento já basta o cheiro do esgoto
da minha calçada, não é mesmo?
Se o Pacheco me aprontasse
uma do naipe da perpetrada pelo
Blablablá du Rouet, no mínimo,
eu chamava o vereador Toninho
Paiva, aquela florzinha do campo, para morder o traseiro do
meu salsicha.
Já imaginou tomar uma mordida no fiofó do cavalheiro que, em
plena luz do dia, ameaçou de
morte dona Nicéa (quem?) Pitta e
que, mesmo assim, acabou sendo
reeleito vereador?
Desde domingo, o pessoal está
atordoado, como se tivesse tomado uma panelada na orelha. E
agora todos só querem uma coisa:
explicações.
Por que diabos não trouxemos
para casa o ouro de Sydney? Por
que as eleições para prefeito tomaram esse rumo infausto?
Não posso oferecer uma resposta melhor do que as que você têm
ouvido por aí, caro leitor. Só acho
de uma burrice ímpar ficar acusando este ou aquele atleta de ter
amarelado.
Até cavalo agora deu para
amarelar! Será possível?
Na minha modestíssima opinião, no dia em que o público começar a encarar conquistas esportivas pelo que elas são, ou seja,
apenas exemplos de talento e dedicação, que não servem para encher barriga de torcedor, nenhum
atleta tapuia vai mais amarelar.
Mas, enquanto uma vitória verde-amarela continuar a ser o mecanismo para se alavancar o orgulho de um país inteiro, muito
esportista ainda vai tremer na
base. Ó, incumbência injusta!
Quanto às eleições, não me venham com a ladainha de que o
pleito evidenciou o grau de coerência e a maturidade do paulistano. Se houvesse alguma coerência, a candidata Havanir, do Prona, não teria obtido votação tão
expressiva. Nem Wadih Mutran e
Erasmo Dias teriam emplacado.
E, se o eleitor fosse mesmo tão
maduro, a esta altura já teria
aprendido a identificar as pernas
curtas de um certo candidato.
QUALQUER NOTA
Lixo
Nos EUA, o SPAM, mensagem via e-mail com propaganda, boato ou corrente, já
está sendo considerado crime. Não vejo a hora de que a
moda pegue por aqui. Só
quem trabalha o dia todo no
computador sabe o tempo
que se perde por conta dessa
invenção do capeta.
Aqui se faz
Em seu exílio nova-iorquino,
Zélia Cardoso de Mello está
mesmo matando cachorro a
grito. A solidão é tamanha,
que a ex-ministra faz questão
de convidar todo e qualquer
brazuca que aporte na cidade
para jantar nos restaurantes
mais caros.
e-mail barbara@uol.com.br
www.uol.com.br/barbaragancia/
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