São Paulo, quarta-feira, 04 de outubro de 2000

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Menores também trabalhavam, diz agricultor

DA AGÊNCIA FOLHA

Fugindo do desemprego e atraído por uma oferta de trabalho no exterior, o agricultor gaúcho Carlos Santana, 34, foi com a família de ônibus para a Venezuela, em maio do ano passado.
Ainda em Ijuí (436 km a noroeste de Porto Alegre), sua cidade natal, ele foi contatado por um cunhado do fazendeiro Eguimar Strohschein, também gaúcho.
"Ele me ofereceu US$ 420 por mês por um trabalho na lavoura de milho. Minha mulher ganharia US$ 180 por trabalhos domésticos. Prometeu ainda que a gente ia ter direito a uma casa e à boa qualidade de vida."
Em Ijuí, Santana também trabalhava na construção civil. "Fazia bicos. Na fazenda, além da plantação e da colheita, consertava instalações elétricas e fazia reformas e construções."
O agricultor, a mulher e os filhos (menores) relatam que eram mantidos em cárcere privado, sendo obrigados a trabalhar (todos) sem direito a salário. "Não podíamos reclamar de nada. Do contrário, meu patrão e seu filho, Rafael Escarpo, 20, ameaçavam a gente com disparos de arma."
Santana disse que seus parentes em Ijuí estão recebendo ameaças de morte pela fuga de seu grupo, ocorrida na quarta-feira da semana passada. (AdL)


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