São Paulo, quarta-feira, 04 de outubro de 2000

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UNIVERSIDADE
Dos 35.888 inscritos, 31,51% são de outros Estados; alunos apontam disputa menor e qualidade de ensino como atrativos
"Estrangeiros" invadem a federal de SC

Tarcísio Mattos/Folha Imagem
Os paulistas Cláudia e Vitor, que estudam na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)


JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA

Na contramão do vestibular da Fuvest, que teve uma queda de 3,7% em seu número de inscritos este ano, a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) comemora um crescimento recorde em sua história.
O número de candidatos para o vestibular 2001 é 14,46% maior do que no ano passado e o mais alto já registrado na história da universidade: 35.888 concorrentes.
Segundo a Coperve (Comissão Permanente do Vestibular), os candidatos oriundos de São Paulo representam 10,37% do total de inscritos. Os paulistas são o maior grupo de "estrangeiros" (candidatos de outros Estados), seguidos pelos paranaenses e gaúchos.
A procura pelo vestibular da universidade catarinense cresce, em média, 10% por ano desde 1996. De 1999 para 2000, o número de paulistas que concorrem a vagas na UFSC cresceu 63,37%. No total, 31,51% dos concorrentes não são de Santa Catarina.
Com seis cursos avaliados com conceito A e cinco com B no último provão, a universidade catarinense é apontada como uma das melhores do país.
Os estudantes apontam a concorrência menor nos cursos, a qualidade de vida em Santa Catarina e o bom nível dos cursos da UFSC como atrativos.
Jornalismo, por exemplo, uma das carreiras avaliadas com conceito A no último provão, teve, em 99, 904 inscritos para 52 vagas. São 17,38 candidatos por vaga.
Na USP (Universidade de São Paulo), o curso matutino de jornalismo oferece 25 vagas e, no ano passado, foi disputado por 2.491 candidatos (64,2 pessoas disputavam uma vaga).

Criatividade
O vice-reitor da UFSC, Lúcio Botelho, credita à "criatividade" da universidade como um dos fatores que a fazem se destacar nacionalmente.
"Estamos investindo em parcerias com universidades estrangeiras e com a iniciativa privada, no ensino à distância e na oferta de cursos novos, como engenharia da agricultura. Queremos nos firmar como pólo de educação do Sul do país."
Na universidade existe um restaurante universitário, que oferece o cardápio pela Internet, um hospital, um templo ecumênico, uma galeria de artes, um museu e um teatro.
A área do campus é de 1 milhão de metros quadrados (equivalente a 140 campos de futebol).
O vestibulando que se arrepende da opção de curso pode mudar a carreira até dois meses depois de feita a inscrição.

Reivindicações
Para o DCE (Diretório Central dos Estudantes) da UFSC, um dos grandes problemas da universidade é a falta de vagas na moradia estudantil.
"Há pouquíssimas vagas abertas por ano e a demanda é muito grande (existem 1.100 alunos na lista de espera)", afirmou Maira Souto, 20, da direção do DCE.
Ela disse que a universidade cobra R$ 5, semestralmente, dos alunos para a renovação da matrícula e considera "cara" a taxa de R$ 1,50 do restaurante.
Segundo o pró-reitor de Assuntos da Comunidade Universitária, Pedro da Costa Araújo, está em fase de conclusão uma nova moradia estudantil, que vai oferecer mais 102 vagas -atualmente são 51. A obra está sendo construída com recursos próprios da UFSC e vai oferecer oito vagas exclusivas para deficientes físicos.
Em relação à taxa de matrícula, o pró-reitor disse que o aluno paga por uma prestação de serviço, mas que há um projeto para extingui-la. Ele afirmou que 1,66% de cada cobrança vai para o DCE e que alunos carentes são isentos.


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