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Trens bateram por erro humano, diz polícia
Laudo responsabiliza o maquinista e o controlador pelo acidente no Rio em que oito pessoas morreram em 31 de agosto
Os dois funcionários
foram demitidos pela SuperVia e, se condenados, podem pegar até
quatro anos de prisão
LUISA BELCHIOR
DA SUCURSAL DO RIO
A polícia do Rio aponta falha
humana como causa da colisão
entre dois trens na Baixada
Fluminense no dia 31 de agosto, que matou oito pessoas e
deixou outras 108 feridas.
Em laudo entregue ontem ao
delegado da 58ª DP (Posse), Fábio Pacífico, que investigou o
caso, peritos do ICCE (Instituto de Criminalística Carlos
Éboli) culpam o maquinista do
trem com passageiros, Norival
Nascimento, e o controlador
Edson Assunção pela batida.
Com isso, o delegado afirmou
que vai indiciar os dois sob acusação de homicídio culposo.
Ele disse que entregará o resultado das investigações para o
Ministério Público do Rio na
semana que vem.
O acidente aconteceu na altura de Nova Iguaçu, quando
um trem em teste colidiu com
outro que tinha cerca de 800
passageiros e vinha em sentido
contrário, mas na mesma linha.
A tese da polícia e da SuperVia
(concessionária da malha ferroviária do Rio) é que o maquinista do trem com passageiros
estava em alta velocidade e
avançou um sinal vermelho,
não conseguindo frear a tempo.
O relatório do ICCE aponta
que sete falhas humanas causaram o acidente. Cinco delas são
as mesmas apontadas no laudo
da SuperVia, divulgado em setembro. Os peritos do ICCE
identificaram ainda outros dois
erros do controlador: comandar uma ultrapassagem (do
trem em teste) que colocaria os
dois em rota de colisão e, depois, não informar a operação a
nenhum dos maquinistas.
Pacífico afirma ter apurado
que essa manobra de ultrapassagem não é corriqueira para
aquele trecho e horário.
"Ele [o operador] teria que
ter dobrado a segurança e, por
garantia, avisado por rádio aos
dois maquinistas. Não poderia
achar que um sinal amarelo ia
garantir a segurança", disse.
Os dois funcionários foram
demitidos pela SuperVia e, se
condenados, podem pegar até
quatro anos de prisão.
Leonardo Machado, advogado de Nascimento, disse que só
vai se pronunciar depois de ler
o laudo. Já o advogado do controlador Edson Assunção, Joelson da Silva, não respondeu às
ligações da reportagem até a
conclusão desta edição.
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