São Paulo, quinta-feira, 04 de outubro de 2007

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Trens bateram por erro humano, diz polícia

Laudo responsabiliza o maquinista e o controlador pelo acidente no Rio em que oito pessoas morreram em 31 de agosto

Os dois funcionários foram demitidos pela SuperVia e, se condenados, podem pegar até quatro anos de prisão

LUISA BELCHIOR
DA SUCURSAL DO RIO

A polícia do Rio aponta falha humana como causa da colisão entre dois trens na Baixada Fluminense no dia 31 de agosto, que matou oito pessoas e deixou outras 108 feridas.
Em laudo entregue ontem ao delegado da 58ª DP (Posse), Fábio Pacífico, que investigou o caso, peritos do ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli) culpam o maquinista do trem com passageiros, Norival Nascimento, e o controlador Edson Assunção pela batida.
Com isso, o delegado afirmou que vai indiciar os dois sob acusação de homicídio culposo. Ele disse que entregará o resultado das investigações para o Ministério Público do Rio na semana que vem.
O acidente aconteceu na altura de Nova Iguaçu, quando um trem em teste colidiu com outro que tinha cerca de 800 passageiros e vinha em sentido contrário, mas na mesma linha. A tese da polícia e da SuperVia (concessionária da malha ferroviária do Rio) é que o maquinista do trem com passageiros estava em alta velocidade e avançou um sinal vermelho, não conseguindo frear a tempo.
O relatório do ICCE aponta que sete falhas humanas causaram o acidente. Cinco delas são as mesmas apontadas no laudo da SuperVia, divulgado em setembro. Os peritos do ICCE identificaram ainda outros dois erros do controlador: comandar uma ultrapassagem (do trem em teste) que colocaria os dois em rota de colisão e, depois, não informar a operação a nenhum dos maquinistas.
Pacífico afirma ter apurado que essa manobra de ultrapassagem não é corriqueira para aquele trecho e horário.
"Ele [o operador] teria que ter dobrado a segurança e, por garantia, avisado por rádio aos dois maquinistas. Não poderia achar que um sinal amarelo ia garantir a segurança", disse.
Os dois funcionários foram demitidos pela SuperVia e, se condenados, podem pegar até quatro anos de prisão.
Leonardo Machado, advogado de Nascimento, disse que só vai se pronunciar depois de ler o laudo. Já o advogado do controlador Edson Assunção, Joelson da Silva, não respondeu às ligações da reportagem até a conclusão desta edição.


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