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Detritos de fábrica da Perdigão caem em rio
Empresa recebeu multa de R$ 500 mil
e pode levar outra de R$ 7,2 milhões
A água contaminada foi
distribuída para 93% dos
consumidores de Rio Verde
(GO), segundo a Secretaria
do Meio Ambiente da cidade
FELIPE BÄCHTOLD
DA AGÊNCIA FOLHA
Um acidente em uma fábrica
da Perdigão provocou a contaminação de um manancial e
comprometeu o abastecimento
de água em Rio Verde (241 km
de Goiânia), em Goiás.
A Agência Ambiental do Estado aplicou multa de R$ 500
mil à empresa, que pode ser autuada ainda em R$ 7,2 milhões
pela prefeitura.
Em 14 de setembro, uma falha em um sistema de bombeamento na indústria da Perdigão
levou rejeitos de animais ao rio
que abastece a cidade, que tem
133 mil habitantes.
A Saneago, empresa responsável pelo tratamento da água,
não foi alertada em tempo, e o
material vazado chegou aos
consumidores.
A Secretaria do Meio Ambiente da cidade diz que houve
aumento de casos de infecção
intestinal no município nos
dias subseqüentes ao acidente.
A água contaminada foi distribuída para 93% dos consumidores da cidade, segundo a secretaria.
O acidente teve início durante a madrugada, após pane em
equipamento que bombeava
restos de animais para tratamento na fábrica da Perdigão. A
unidade da indústria é a maior
do Brasil na área de carnes, segundo a empresa.
Os detritos se espalharam
pela fábrica, encheram e transbordaram de uma lagoa de contenção e atingiram o córrego
Abóbora, onde é feita a captação de água para a rede de abastecimento público da cidade de
Rio Verde.
O problema na fábrica só foi
percebido e contido durante a
manhã. Peritos estimam que
tenham vazado pelo menos
400 m3 de matéria orgânica, o
que equivale a 400 caixas d'água de mil litros.
A estação de tratamento de
água da Saneago teve que interromper o fornecimento de
água. Os consumidores foram
orientados a esvaziar e a limpar
as suas caixas d'água. A Saneago estima que em cada uma das
residências tenha ocorrido
uma perda de cerca de 7.500 litros de água.
A estação de captação fechou
por algumas horas para limpeza de filtros e decantadores.
A Secretaria do Meio Ambiente de Rio Verde pretende
multar a indústria em outros
R$ 7,2 milhões. A Saneago vai
pedir indenização pelos prejuízos causados à rede de abastecimento da cidade.
Papel e celulose
Na sexta-feira, um novo acidente voltou a ocorrer no mesmo rio em Rio Verde. Um vazamento de óleo, usado na caldeira de uma fábrica de papel e celulose da empresa Orsa, atingiu
o córrego. O material não chegou a afetar a estação de tratamento de água.
A prefeitura e a Agência Ambiental de Goiás ainda avaliam
os danos provocados pelo acidente. Segundo a agência, a região onde é feita a captação de
água fica em um distrito industrial da cidade e fica sujeita a
problemas ambientais.
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