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Assembléia aprova reajuste de até 23% para policiais
Cálculo foi feito em cima de gratificações, o que, segundo associação de policiais civis, deixa salário-base defasado
Serra disse que sancionará o projeto, que representa adicional de R$ 500 milhões anuais ao orçamento da Secretaria da Segurança
JOHANNA NUBLAT
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Um projeto aprovado pela
Assembléia Legislativa de São
Paulo, na terça-feira, aumentou em até 23,43% os vencimentos de 125 mil policiais civis, militares e técnico-científicos. Segundo a Secretaria da
Segurança Pública, o reajuste
representa um adicional de R$
500 milhões anuais no orçamento da pasta.
A variação na remuneração
para os delegados será de 21,1%.
Na capital, o profissional em
início de carreira recebia R$
3.507. Agora terá R$ 4.247.
Já o policial que ganha menos na capital -como agente e
soldado de segunda classe- teve o salário aumentado de R$
1.909 para R$ 1.999 (4,7%). Em
cidades pequenas, foi de R$
1.240 para 1.432 (15,5%).
O cálculo do reajuste foi feito
em cima de duas gratificações
-ALE (Adicional de Localidade de Serviço) e AOL (Adicional
Operacional de Localidade)-,
que foram unificadas. O último
reajuste nas gratificações havia
ocorrido em 2006.
Além do aumento, o projeto
incorporou a GAP (Gratificação de Atividade Policial), de
R$ 100, aos salários -medida
que passa a valer em 2008.
Outras mudanças são o pagamento da licença-prêmio em
dinheiro e um bônus para delegados que acumulam funções
em outra unidade -o chamado
acúmulo de titularidade.
Também foi abolido o primeiro nível das gratificações
ALE e AOL, o que significa que
os policiais que trabalham em
cidades com menos de 50 mil
habitantes passam a receber a
mesma gratificação que os daquelas com até 200 mil.
Para passar a valer, o projeto
precisa ser sancionado pelo governador José Serra (PSDB),
que, ontem, garantiu a sanção.
Salário-base
A maior queixa de policiais
civis é que o aumento incide sobre as gratificações, deixando o
salário-base defasado. Quando
se aposenta, o policial perde o
direito às gratificações.
"Assim, o padrão salarial do
policial não é corrigido. Quando se aposenta, coitado, recebe
um salário defasado", afirmou
Hilkias de Oliveira, presidente
da Associação dos Funcionários da Polícia Civil do Estado.
O policial militar de São Paulo em início de carreira recebia
o oitavo pior vencimento no
país, segundo levantamento
feito pela Folha em abril.
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