São Paulo, quinta-feira, 04 de outubro de 2007

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Assembléia aprova reajuste de até 23% para policiais

Cálculo foi feito em cima de gratificações, o que, segundo associação de policiais civis, deixa salário-base defasado

Serra disse que sancionará o projeto, que representa adicional de R$ 500 milhões anuais ao orçamento da Secretaria da Segurança

JOHANNA NUBLAT
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um projeto aprovado pela Assembléia Legislativa de São Paulo, na terça-feira, aumentou em até 23,43% os vencimentos de 125 mil policiais civis, militares e técnico-científicos. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, o reajuste representa um adicional de R$ 500 milhões anuais no orçamento da pasta.
A variação na remuneração para os delegados será de 21,1%. Na capital, o profissional em início de carreira recebia R$ 3.507. Agora terá R$ 4.247.
Já o policial que ganha menos na capital -como agente e soldado de segunda classe- teve o salário aumentado de R$ 1.909 para R$ 1.999 (4,7%). Em cidades pequenas, foi de R$ 1.240 para 1.432 (15,5%).
O cálculo do reajuste foi feito em cima de duas gratificações -ALE (Adicional de Localidade de Serviço) e AOL (Adicional Operacional de Localidade)-, que foram unificadas. O último reajuste nas gratificações havia ocorrido em 2006.
Além do aumento, o projeto incorporou a GAP (Gratificação de Atividade Policial), de R$ 100, aos salários -medida que passa a valer em 2008.
Outras mudanças são o pagamento da licença-prêmio em dinheiro e um bônus para delegados que acumulam funções em outra unidade -o chamado acúmulo de titularidade.
Também foi abolido o primeiro nível das gratificações ALE e AOL, o que significa que os policiais que trabalham em cidades com menos de 50 mil habitantes passam a receber a mesma gratificação que os daquelas com até 200 mil.
Para passar a valer, o projeto precisa ser sancionado pelo governador José Serra (PSDB), que, ontem, garantiu a sanção.

Salário-base
A maior queixa de policiais civis é que o aumento incide sobre as gratificações, deixando o salário-base defasado. Quando se aposenta, o policial perde o direito às gratificações.
"Assim, o padrão salarial do policial não é corrigido. Quando se aposenta, coitado, recebe um salário defasado", afirmou Hilkias de Oliveira, presidente da Associação dos Funcionários da Polícia Civil do Estado.
O policial militar de São Paulo em início de carreira recebia o oitavo pior vencimento no país, segundo levantamento feito pela Folha em abril.


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