Dois mortos eram irmãos e tinham 11 e 15 anos; a mãe dos adolescentes e o namorado de uma das vítimas estão feridos

Polícia trabalha com a hipótese de ligação do crime com o tráfico de drogas, mas descarta envolvimento com a chacina de Guaíra

DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Uma chacina na madrugada de ontem em São José dos Pinhais (região metropolitana de Curitiba) deixou quatro pessoas mortas -entre elas três adolescentes- e duas feridas. Três dos mortos eram da mesma família.
O crime foi no bairro Jardim Independência, periferia da cidade. Por volta da 1h, um grupo arrombou a porta da casa das vítimas, que moravam no bairro havia três meses, e atiraram em quem encontraram.
A Polícia Civil investiga onde as vítimas viviam antes da mudança e se a transferência tem relação com os crimes. Também apura quantas pessoas invadiram a casa.
Foi a segunda chacina na cidade em menos de um mês. A polícia trabalha com a hipótese de ligação do crime com o tráfico de drogas, mas não divulgou detalhes. "É uma linha [de investigação] e partimos dela", disse o delegado titular do município, Osmar Dechiche.
Sobre a mesa da cozinha havia 61 gramas de maconha. A polícia também encontrou pela casa cartuchos de armas de três calibres. Nenhum suspeito havia sido preso até o início da noite de ontem.
Morreram os irmãos Adriano de Oliveira, 15, e Aline de Oliveira, 11, Daiane Guedes de Souza, 15, e Aldair Ferreira, 38, o "Zumbi", ex-presidiário e com registros criminais por assalto. O ex-presidiário seria namorado da mãe dos irmãos mortos, ferida na chacina.
As duas pessoas feridas -a mãe dos irmãos, de 39 anos, e um rapaz de 20 anos, namorado de Souza- foram levadas a hospitais em São José dos Pinhais e em Curitiba. O estado de saúde da mulher não foi informado pelo hospital, e o rapaz não corria risco de morrer.
Ferreira foi morto na cozinha. A mãe e os dois filhos foram baleados em dois quartos. Souza dormia quando foi morta, e o adolescente que sobreviveu foi baleado na sala.

Outro caso
Há 18 dias, quatro jovens de 16 a 22 anos foram mortos a tiros em outro ponto da periferia de São José dos Pinhais. A Polícia Civil classificou o caso como acerto de contas por dívidas de drogas. Ninguém foi preso.
O delegado Dechiche descartou ligação entre as duas chacinas. No último dia 22, houve a maior chacina da história do Paraná, com 15 pessoas mortas em Guaíra em disputa pelo controle do tráfico de drogas na fronteira com o Paraguai.


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