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ADOLESCÊNCIA
Ele anunciou a entrega, até julho de 2000, de unidades que vão atenuar, mas não resolverão superlotação
Covas promete construir mais 20 Febens
OTÁVIO CABRAL
da Reportagem Local
O governador de
São Paulo, Mário
Covas (PSDB),
anunciou ontem a
construção de 20
novas unidades da
Febem até julho do ano 2000. As
unidades terão capacidade máxima para cem menores e serão espalhadas por várias regiões do Estado, dando início ao processo de
descentralização do atendimento.
"A idéia é chegar a julho em um
estágio bem melhor. Ainda não
vai ser o ideal, mas a situação vai
melhorar", prometeu Covas após
visitar a unidade da Febem do
Brás (região central de São Paulo), no final da tarde de ontem.
Covas anunciou seus planos como se a Febem abrigasse hoje
3.000 menores. Mas, no final de
setembro, havia nas unidades do
Estado 3.716 adolescentes.
Dos 3.000 da projeção de Covas,
1.000 continuariam na unidade
do Tatuapé (zona sudeste da capital), que, segundo ele, "tem uma
boa estrutura para abrigar essa
quantidade de menores".
Os outros 2.000 que hoje estão
em unidades provisórias seriam
levados para os novos prédios que
devem ficar prontos até julho. A
divisão deve ser feita pela região
de origem dos menores, para deixá-los próximos às famílias.
Covas não leva em consideração os novos infratores que devem ser mandados pela Justiça
para a Febem até julho, o que deve
aumentar a superlotação. Mas diz
confiar no "bom senso" do Judiciário para ampliar a aplicação de
penas alternativas.
Covas afirmou que a construção de cada unidade deve consumir entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão. Segundo ele, dinheiro não é
problema para a Febem. "Se o orçamento da Febem não for suficiente, nós deslocamos verba de
outro setor. A Febem é a prioridade", declarou o governador.
Como as obras são consideradas emergenciais, não devem passar por licitação, mas apenas por
um processo de concorrência.
Para reduzir os custos, o Estado
deve aproveitar prédios e terrenos
de secretarias e autarquias que
possam ser reformados e adaptados para receber menores. Já há
acordo com a Cesp e a Secretaria
da Agricultura para a cessão de
prédios em cidades do interior.
As pequenas unidades da Febem, afirmou o governador, terão
ênfase na educação e na profissionalização dos internos. Para isso,
deve haver contratação emergencial de novos funcionários.
Não é a primeira vez que Covas
estabelece prazos para resolver a
superlotação. Em agosto, prometeu sanar o problema em 135 dias.
Mas, um mês depois, admitiu que
a promessa não seria cumprida
pois a Justiça havia proibido a
construção de duas unidades em
Franco da Rocha (Grande SP).
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