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Rede pública investe no ensino a distância
Cerca de 80% das vagas se concentram nas particulares, mas universidades públicas começam a investir mais na área
Governo federal já tem
100 mil alunos matriculados na Universidade Aberta do Brasil; em SP, intenção é oferecer 6.600 vagas em 2009
DA REPORTAGEM LOCAL
O ensino a distância é dominado pela rede privada, mas o
setor público também tem criado projetos nessa área.
O governo federal criou em
2005 a UAB (Universidade
Aberta do Brasil), que já possui
100 mil alunos matriculados. O
foco é a formação de professores de educação básica.
Segundo o secretário de Educação a Distância do MEC, Carlos Eduardo Bielschowsky, a
intenção é que a modalidade
"complemente" a presencial.
"Não é nossa intenção que o
ensino presencial seja substituído. Mas a educação a distância pode atender os locais onde
não há um bom curso. É ideal
também para professores que
estão em serviço e não podem
parar para se formar", disse.
A modalidade também será
utilizada pelo governo estadual
paulista, a partir do ano que
vem, por meio da Univesp
(Universidade Virtual de SP).
"Levaremos cursos da USP,
Unesp e Unicamp a todo o Estado, o que seria praticamente
inviável pelo modelo presencial", diz o secretário de Ensino
Superior do governo José Serra
(PSDB), Carlos Vogt. A intenção é oferecer 6.600 vagas na
graduação já em 2009.
Apesar dos projetos do setor
público, a rede privada ainda
concentra quase 80% das matrículas da modalidade.
"Com ela, chegamos a 39 locais do país", diz a assessora pedagógica da pró-reitoria de ensino a distância da Universidade Metodista de SP, Adriana
Barroso de Azevedo.
Em pedagogia, são 1.500 estudantes. "Já são mais matrículas que o nosso presencial. Só
assim podemos oferecer nossos
cursos para várias regiões".
Outra instituição que possui
mais alunos em pedagogia a
distância do que no presencial
são as Faculdades COC. A instituição tem 148 pólos em 22 Estados; oito na capital paulista,
onde há o maior número de escolas superiores do país.
"Os alunos desses pólos, em
tese, poderiam fazer curso presencial, mas preferem a flexibilidade do curso a distância", diz
o diretor da Faculdade Interativa COC, Jefferson Fagundes.
Segundo Fagundes, também
pesa a diferença na mensalidade. No COC, pedagogia presencial custa R$ 350, contra R$ 176
no a distância. Na Metodista, os
valores são R$ 383 e R$ 207.
Aluna de pedagogia a distância, Lilian Kelly Georgeto, 34,
diz que escolheu o curso por
"comodidade". Ela mora em
Osasco (Grande SP).
"Tenho dois filhos. Não poderia ir à faculdade todos os
dias. Estudo enquanto um dorme e outro vai à escola. O curso
é bom, tenho contato com colegas do país todo. Mas sinto falta
da convivência com os professores."
(FÁBIO TAKAHASHI)
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