São Paulo, terça-feira, 04 de novembro de 2008

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Rede pública investe no ensino a distância

Cerca de 80% das vagas se concentram nas particulares, mas universidades públicas começam a investir mais na área

Governo federal já tem 100 mil alunos matriculados na Universidade Aberta do Brasil; em SP, intenção é oferecer 6.600 vagas em 2009

DA REPORTAGEM LOCAL

O ensino a distância é dominado pela rede privada, mas o setor público também tem criado projetos nessa área.
O governo federal criou em 2005 a UAB (Universidade Aberta do Brasil), que já possui 100 mil alunos matriculados. O foco é a formação de professores de educação básica.
Segundo o secretário de Educação a Distância do MEC, Carlos Eduardo Bielschowsky, a intenção é que a modalidade "complemente" a presencial.
"Não é nossa intenção que o ensino presencial seja substituído. Mas a educação a distância pode atender os locais onde não há um bom curso. É ideal também para professores que estão em serviço e não podem parar para se formar", disse.
A modalidade também será utilizada pelo governo estadual paulista, a partir do ano que vem, por meio da Univesp (Universidade Virtual de SP).
"Levaremos cursos da USP, Unesp e Unicamp a todo o Estado, o que seria praticamente inviável pelo modelo presencial", diz o secretário de Ensino Superior do governo José Serra (PSDB), Carlos Vogt. A intenção é oferecer 6.600 vagas na graduação já em 2009.
Apesar dos projetos do setor público, a rede privada ainda concentra quase 80% das matrículas da modalidade.
"Com ela, chegamos a 39 locais do país", diz a assessora pedagógica da pró-reitoria de ensino a distância da Universidade Metodista de SP, Adriana Barroso de Azevedo.
Em pedagogia, são 1.500 estudantes. "Já são mais matrículas que o nosso presencial. Só assim podemos oferecer nossos cursos para várias regiões".
Outra instituição que possui mais alunos em pedagogia a distância do que no presencial são as Faculdades COC. A instituição tem 148 pólos em 22 Estados; oito na capital paulista, onde há o maior número de escolas superiores do país.
"Os alunos desses pólos, em tese, poderiam fazer curso presencial, mas preferem a flexibilidade do curso a distância", diz o diretor da Faculdade Interativa COC, Jefferson Fagundes.
Segundo Fagundes, também pesa a diferença na mensalidade. No COC, pedagogia presencial custa R$ 350, contra R$ 176 no a distância. Na Metodista, os valores são R$ 383 e R$ 207.
Aluna de pedagogia a distância, Lilian Kelly Georgeto, 34, diz que escolheu o curso por "comodidade". Ela mora em Osasco (Grande SP).
"Tenho dois filhos. Não poderia ir à faculdade todos os dias. Estudo enquanto um dorme e outro vai à escola. O curso é bom, tenho contato com colegas do país todo. Mas sinto falta da convivência com os professores."
(FÁBIO TAKAHASHI)



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