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Garoto é atropelado e moradores queimam ônibus em protesto
Wesley da Silva, 15, saiu de casa para comprar bolacha e morreu ao ser atingido por um micro-ônibus que invadiu a calçada, em Santo André
Manifestantes destruíram outros dois veículos e um guincho quase foi jogado em um rio; PMs usaram balas de borracha e ninguém se feriu
DO "AGORA"
Após um estudante de 15
anos morrer atropelado por um
micro-ônibus, 300 moradores
da Vila Metalúrgica e da favela
do Cigano, em Santo André
(Grande SP), fizeram um protesto de mais de cinco horas na
madrugada de ontem.
Um micro-ônibus foi incendiado, outros dois foram parcialmente destruídos com paus
e pedras e um guincho quase foi
jogado no rio Tamanduateí.
Uma estação da CPTM
(Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos) também foi
depredada. PMs fizeram disparos com balas de borracha para
conter o tumulto. Ninguém foi
preso ou ficou ferido.
"É uma loucura a velocidade
com que os ônibus passam.
Uma providência tem de ser tomada", disse o gerente de estacionamento Velcide Ribeiro da
Silva, 51, pai da vítima. De acordo com ele, o garoto Wesley Ribeiro da Silva tinha saído de casa para comprar bolacha.
Por volta das 22h de anteontem, segundo a polícia, o estudante estava sentado em uma
mesa na calçada em frente a um
bar. Ele estava com mais quatro
amigos, que também ficaram
feridos. De acordo com testemunhas, o jovem estava de costas para a rua quando foi atingido pelo micro-ônibus. O impacto foi tão grande que a vítima
foi prensada contra a parede.
Até a conclusão desta edição,
o ajudante-geral José Elândio
da Cunha, 33, permanecia internado em hospital de Santo
André, após passar por cirurgia.
As outras três vítimas do atropelamento passam bem.
Motorista
O motorista do coletivo, Amarildo Mariano da Silva, 33, foi
preso em flagrante, tentando fugir. Ele foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção).
A polícia informou ontem que
o motorista teria dito que o banco do micro-ônibus se soltou na
hora em que fez uma curva. Mas
uma avaliação preliminar do
Instituto de Criminalística não
apontou irregularidades.
Um laudo clínico realizado
por um médico do IML de Santo
André não apontou sinais de
embriaguez no motorista. A reportagem não conseguiu contato com o advogado dele.
Procurada, a viação Guainases, responsável pelo veículo,
não se pronunciou. Já a Prefeitura de Santo André disse que o
micro-ônibus estava "em perfeitas condições".
(LÉO ARCOVERDE)
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