São Paulo, quarta-feira, 04 de novembro de 2009

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Garoto é atropelado e moradores queimam ônibus em protesto

Wesley da Silva, 15, saiu de casa para comprar bolacha e morreu ao ser atingido por um micro-ônibus que invadiu a calçada, em Santo André

Manifestantes destruíram outros dois veículos e um guincho quase foi jogado em um rio; PMs usaram balas de borracha e ninguém se feriu

DO "AGORA"

Após um estudante de 15 anos morrer atropelado por um micro-ônibus, 300 moradores da Vila Metalúrgica e da favela do Cigano, em Santo André (Grande SP), fizeram um protesto de mais de cinco horas na madrugada de ontem.
Um micro-ônibus foi incendiado, outros dois foram parcialmente destruídos com paus e pedras e um guincho quase foi jogado no rio Tamanduateí.
Uma estação da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) também foi depredada. PMs fizeram disparos com balas de borracha para conter o tumulto. Ninguém foi preso ou ficou ferido.
"É uma loucura a velocidade com que os ônibus passam. Uma providência tem de ser tomada", disse o gerente de estacionamento Velcide Ribeiro da Silva, 51, pai da vítima. De acordo com ele, o garoto Wesley Ribeiro da Silva tinha saído de casa para comprar bolacha.
Por volta das 22h de anteontem, segundo a polícia, o estudante estava sentado em uma mesa na calçada em frente a um bar. Ele estava com mais quatro amigos, que também ficaram feridos. De acordo com testemunhas, o jovem estava de costas para a rua quando foi atingido pelo micro-ônibus. O impacto foi tão grande que a vítima foi prensada contra a parede.
Até a conclusão desta edição, o ajudante-geral José Elândio da Cunha, 33, permanecia internado em hospital de Santo André, após passar por cirurgia. As outras três vítimas do atropelamento passam bem.

Motorista
O motorista do coletivo, Amarildo Mariano da Silva, 33, foi preso em flagrante, tentando fugir. Ele foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção).
A polícia informou ontem que o motorista teria dito que o banco do micro-ônibus se soltou na hora em que fez uma curva. Mas uma avaliação preliminar do Instituto de Criminalística não apontou irregularidades.
Um laudo clínico realizado por um médico do IML de Santo André não apontou sinais de embriaguez no motorista. A reportagem não conseguiu contato com o advogado dele.
Procurada, a viação Guainases, responsável pelo veículo, não se pronunciou. Já a Prefeitura de Santo André disse que o micro-ônibus estava "em perfeitas condições".
(LÉO ARCOVERDE)


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