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Salário maior para Kassab divide Câmara
Legislativo não reúne votos nem para aprovar nem para rejeitar proposta de reajuste salarial de 95% ao prefeito
Projeto teve 19 votos a favor e 20 contra, com PT e PSDB liderando os dois lados da disputa;
mínimo era de 28 votos
JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO
Um impasse protagonizado por PT e PSDB adiou ontem na Câmara a votação do
projeto que eleva em 95% o
salário do prefeito Gilberto
Kassab (DEM) e em 283% o
valor pago aos 27 secretários.
Dividida entre seus dois
maiores partidos, a Câmara
não conseguiu reunir votos
para aprovar ou rejeitar o
projeto da própria Mesa Diretora. Haverá nova votação.
Eram necessários 28 votos
(maioria dos 55 vereadores),
mas 19 votaram a favor e 20,
contra. Dois se abstiveram e
14 não compareceram.
Dos votos a favor, nove
vieram do PSDB e quatro, do
DEM. Dos 20 contrários, metade veio do PT -a surpresa
foi Mara Gabrilli (PSDB).
Pela proposta, a remuneração de Kassab passaria de
R$ 12.384 para R$ 24.117, o
equivalente a 90,25% do pago a um ministro do Supremo
Tribunal Federal -R$ 26.723.
Já o salário dos secretários
(85% do pago ao prefeito) iria
de R$ 5.344 para R$ 20.499.
O tom da votação foi dado
no primeiro pronunciamento, de João Antonio (PT).
"Achamos descabido um aumento nessas proporções."
Ele lembrou que, em 2001,
a Câmara aprovou projeto da
prefeita Marta Suplicy (PT)
que elevava os salários dos
secretários em 41%, mas o
PSDB anulou a lei na Justiça
-na época, o salário era de
R$ 4.784 e, desde então, não
houve nem a reposição da inflação do período (59%).
Baseado no episódio, o PT
vai propor a correção pela inflação dos valores propostos
por Marta, o que dá R$ 19.688
(prefeito) e R$ 8.496 (secretários). Como a proposta proíbe
secretários de receberem jetons para atuar em conselhos
de estatais (até R$ 6.000), na
prática, ela reduz o salário.
"O PT acha que secretários
devem ter salário bem pior
que o do prefeito e menor que
o de hoje", disse José Police
Neto (PSDB), líder de Kassab.
Para ele, a proposta da Mesa é boa porque fixa as regras
para o primeiro escalão, cria
um teto para o funcionalismo
e retira a remuneração acessória (jetons em conselhos).
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