São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2010

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Salário maior para Kassab divide Câmara

Legislativo não reúne votos nem para aprovar nem para rejeitar proposta de reajuste salarial de 95% ao prefeito

Projeto teve 19 votos a favor e 20 contra, com PT e PSDB liderando os dois lados da disputa; mínimo era de 28 votos

JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO

Um impasse protagonizado por PT e PSDB adiou ontem na Câmara a votação do projeto que eleva em 95% o salário do prefeito Gilberto Kassab (DEM) e em 283% o valor pago aos 27 secretários.
Dividida entre seus dois maiores partidos, a Câmara não conseguiu reunir votos para aprovar ou rejeitar o projeto da própria Mesa Diretora. Haverá nova votação.
Eram necessários 28 votos (maioria dos 55 vereadores), mas 19 votaram a favor e 20, contra. Dois se abstiveram e 14 não compareceram.
Dos votos a favor, nove vieram do PSDB e quatro, do DEM. Dos 20 contrários, metade veio do PT -a surpresa foi Mara Gabrilli (PSDB).
Pela proposta, a remuneração de Kassab passaria de R$ 12.384 para R$ 24.117, o equivalente a 90,25% do pago a um ministro do Supremo Tribunal Federal -R$ 26.723.
Já o salário dos secretários (85% do pago ao prefeito) iria de R$ 5.344 para R$ 20.499.
O tom da votação foi dado no primeiro pronunciamento, de João Antonio (PT). "Achamos descabido um aumento nessas proporções."
Ele lembrou que, em 2001, a Câmara aprovou projeto da prefeita Marta Suplicy (PT) que elevava os salários dos secretários em 41%, mas o PSDB anulou a lei na Justiça -na época, o salário era de R$ 4.784 e, desde então, não houve nem a reposição da inflação do período (59%).
Baseado no episódio, o PT vai propor a correção pela inflação dos valores propostos por Marta, o que dá R$ 19.688 (prefeito) e R$ 8.496 (secretários). Como a proposta proíbe secretários de receberem jetons para atuar em conselhos de estatais (até R$ 6.000), na prática, ela reduz o salário.
"O PT acha que secretários devem ter salário bem pior que o do prefeito e menor que o de hoje", disse José Police Neto (PSDB), líder de Kassab.
Para ele, a proposta da Mesa é boa porque fixa as regras para o primeiro escalão, cria um teto para o funcionalismo e retira a remuneração acessória (jetons em conselhos).


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