São Paulo, sexta-feira, 04 de novembro de 2011

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Manobrista de hospital disputa até racha com carro de cliente

Informação é de médico que quase foi atropelado perto do Sabará; caso ocorreu há oito meses

No sábado, funcionário de garagem emprestou veículo para amigos que se envolveram em acidente; 2 morreram

DE SÃO PAULO

A noite do último sábado não foi a primeira vez em que manobristas do estacionamento do Hospital Infantil Sabará, em Higienópolis (centro), usaram um carro de cliente de maneira indevida.
No caso mais recente, uma médica teve seu veículo emprestado a amigos de um funcionário, que se envolveram num acidente com dois mortos. Oito meses antes, outro médico acusou manobristas do mesmo estacionamento de apostarem corrida na rua. O racha foi denunciado pelo psicanalista Luiz Meyer, 73, ao hospital e à Riti Estacionamento, em fevereiro de 2011. Ele e um casal quase foram atropelados na calçada -tiveram que pular para não serem atingidos pelos três veículos que faziam uma disputa pela via pública.
"Pensei que eram assaltantes em fuga. Depois verificamos que eram manobristas do hospital Sabará, que estavam apostando corrida com os carros dos clientes", conta Meyer, que formalizou a queixa na época, por e-mail, à empresa e ao hospital. O médico não recebeu resposta do Sabará. A Riti, ligada ao grupo Estapar, respondeu-lhe prometendo a reciclagem dos funcionários -e a promessa de transferi-los.
O alerta não foi suficiente para impedir a utilização indevida do Kia Carens de uma médica na semana passada. O carro dela foi emprestado pelo manobrista Jhonatan Paulino Alves dos Santos para que dois amigos dele fossem a uma festa em Caieiras (Grande SP). O veículo se envolveu num acidente com dois mortos e um ferido ao tentar passar uma carreta.
À polícia, um dos amigos disse que a utilização do carro era para ir à sua casa, que estaria sob risco de incêndio. O outro declarou que a intenção era socorrer um filho, que estaria passando mal. O manobrista admitiu ser comum usar os carros dos clientes. A Riti diz que há "desequilíbrio entre oferta e demanda por vagas" em hospitais, devido à ampliação dos estabelecimentos.
O grupo Estapar diz que a bandeira Riti foi adquirida recentemente e que, na época do racha, as empresas estavam em "transição". Diz que as "providências necessárias" foram tomadas.
Celso Ruggiero, diretor-geral do hospital, diz que não achou a queixa do médico, mas que já vinha recebendo "reclamações menores", como sumiço de moedas. Ele afirma que os manobristas serão trocados.
(ALENCAR IZIDORO, JULIANA COISSI E ANDRÉ CARAMANTE)


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