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IPTU 2003
Imóveis residenciais com valores venais superiores a R$ 100 mil poderão ter aumento de imposto da ordem de 35%
Reajuste superior a 7% vai atingir 250 mil
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo menos 250 mil contribuintes (10% do total) pagarão mais
IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) no próximo ano do
que o reajuste de 7% da Planta
Genérica de Valores proposto pela Prefeitura de São Paulo. A planta genérica serve de base de cálculo do valor venal dos imóveis.
Desse total, 72,5 mil (29%) são
imóveis residenciais na faixa de
R$ 100 mil a R$ 120 mil que, até este ano, tinham direito a um desconto de R$ 20 mil no valor venal.
Para o ano que vem, a intenção da
prefeita Marta Suplicy (PT) é conceder esse benefício apenas para
imóveis com valores venais entre
R$ 50 mil e R$ 100 mil.
Sem o desconto, um imóvel
com valor de R$ 120 mil poderá
ter um aumento no valor do tributo de até 35%, uma vez que,
além do reajuste de 7% da Planta
Genérica de Valores, não poderá
deduzir R$ 20 mil para efetuar o
cálculo, como fez este ano.
Só para dar um exemplo, este
ano um imóvel nessa circunstância pagou aproximadamente R$
900 de IPTU. No ano que vem, deverá recolher R$ 1.200.
A prefeitura também suprimiu
do projeto encaminhado à Câmara Municipal o teto de aumento
de 60% para imóveis residenciais
e de 75% para os não-residenciais,
o que fará com que esse grupo
também pague mais do que os 7%
de reajuste da planta genérica.
Este ano um contribuinte que tivesse um reajuste que ultrapassasse esses índices foi beneficiado
com o teto. Para 2003, sem a restrição, deverá desembolsar mais.
A Secretaria das Finanças não
explicou, ontem, quantos contribuintes estão nessa situação nem
quanto a mais pagarão de IPTU
no ano que vem.
De acordo com cálculos da secretaria, se o projeto for aprovado
como está, o Executivo poderá arrecadar R$ 220 milhões a mais
com o IPTU no ano que vem. Até
31 de dezembro próximo, a previsão é obter uma receita de R$
1,740 bilhão com o tributo. Para
2003, espera-se conseguir R$
1,960 bilhão. Os cofres municipais
podem receber 12,6% a mais.
O fim do desconto de R$ 20 mil
para os imóveis residenciais na
faixa entre R$ 100 mil e R$ 120 mil
deverá gerar uma receita extra de
R$ 12 milhões, ou menos de 0,1%
do que se espera arrecadar no
próximo ano.
O reajuste da planta genérica
também fará com que 60 mil contribuintes que eram isentos este
ano passem a pagar o imposto,
uma vez que somente imóveis residenciais até R$ 50 mil e não-residenciais de até R$ 20 mil podem
deixar de recolher o tributo.
Um imóvel avaliado em R$
46.730 em 2002 passará a valer R$
50.001 em 2003 e, portanto, terá
de pagar IPTU. Nesse caso, o contribuinte abaterá R$ 20 mil (o que
dá R$ 30.001) e, sobre esse valor,
aplicará a alíquota de 0,8%. Total
do tributo em 2003: R$ 240.
Alíquotas
Para o ano que vem, a administração petista manterá as alíquotas de 0,8% a 1,6% para residências e 1,2% a 1,8% para imóveis
não-residenciais.
Segundo Regina Vitória, assessora da Secretaria Municipal das
Finanças, o desconto de R$ 20 mil
concedido este ano "foi um mecanismo para suavizar o impacto do
realinhamento da Planta Genérica de Valores no ano passado".
Regina afirmou que "essa faixa
de imóveis [R$ 100 mil a R$ 120
mil] foi a mais beneficiada este
ano e pagou menos IPTU do que
em 2001; agora o que se está fazendo é um realinhamento".
Ela lembrou que, na proposta
original enviada à Câmara no ano
passado, a prefeitura já limitava o
desconto a imóveis de até R$ 100
mil. Uma emenda de vereadores,
porém, aumentou o benefício para residências de até R$ 120 mil.
A mesma explicação sobre o
impacto do imposto serve, de
acordo com Regina, para o teto de
60% de reajuste para os imóveis
residenciais e de 75% para os não-residenciais este ano.
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