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São Paulo, quinta-feira, 04 de dezembro de 2003

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SEGURANÇA SOB AMEAÇA

Três suspeitos foram mortos em São Carlos e um em Parelheiros; secretário descarta ligação com o PCC

Polícia sofre novos atentados e mata 4

Lalo de Almeida/Folha Imagem
Vidro estilhaçado durante ataque a posto da Polícia Militar em Parelheiros, onde um suspeito foi morto


DO "AGORA"
DAS REGIONAIS

A onda de ataques às forças de segurança, que matou dois policiais no mês passado, pode ter voltado a São Paulo. No segundo dia consecutivo de atentados, quatro suspeitos foram mortos pela Polícia Militar -três em São Carlos (233 km de SP) e um em Parelheiros (zona sul). Houve, ainda, um ataque ao 3º DP de Jundiaí (60 km de SP), onde ninguém se feriu. Não houve vítimas entre os policiais nas três ações.
A retomada dos ataques começou na noite de anteontem, quando criminosos atiraram em um carro da Polícia Civil e em uma base da GCM (Guarda Civil Metropolitana), respectivamente em Sapopemba -na zona leste- e em Santo André (ABC). Acredita-se que o ato tenha sido uma retaliação à morte de dois assaltantes, ocorrida minutos antes.
Ontem, no entanto, as ações teriam sido planejadas com mais tempo. Não se sabe ainda, porém, se as recentes investidas têm ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital), facção responsabilizada pela maioria dos atentados de novembro -foram mais de 50 deles, com pelo menos 30 suspeitos presos.
Na ação mais violenta de ontem, em São Carlos, o ataque começou às 23h30 de terça. Três homens em uma Parati furaram um bloqueio policial e dispararam 15 vezes contra uma base na rodovia Washington Luís. O que leva a polícia a acreditar que a ação já era premeditada é que um vidro lateral do carro havia sido previamente retirado -justamente para facilitar os disparos. Na sequência, houve perseguição e intensa troca de tiros.
Segundo a polícia, os atiradores teriam se escondido no forro da casa da namorada de um dos suspeitos, a 4 km da base.
Após o novo tiroteio, três foram mortos no local -a polícia diz que eram os mesmos que abriram fogo contra a base na rodovia. Segundo a polícia, eles tinham antecedentes criminais.
O atentado contra a base da Polícia Militar no bairro de Colônia, em Parelheiros, ocorreu às 2h de ontem e deixou um suspeito morto após troca de tiros.
Outros cinco suspeitos conseguiram fugir, e a polícia armou um grande cerco ontem - de quase 15 horas. Mais de cem policiais, no meio da mata fechada, participaram da ação. Foi usado também um helicóptero. Nenhum suspeito foi preso.
O secretário estadual de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, negou ontem que os atentados tenham um comando único. A declaração foi dada ao "SPTV", jornal da Rede Globo. "Os ataques foram uma retaliação a bandidos que haviam sido mortos em confronto com a polícia. Foi um ato isolado", disse.

Batismo
Segundo o sargento da Polícia Militar Wilson Roberto Sannicoló, 39, os tiros contra o posto da Polícia Rodoviária de São Carlos podem ter sido uma espécie de batismo de um dos integrantes do grupo para entrar no PCC.
Ele disse que há a suspeita de que Patrik Willian Rufino, preso sob suspeita de participar do ataque, tenha entrado no PCC há 15 dias e que a facção tenha exigido dele uma ação contra a polícia.


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