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Aprovação a ônibus segue baixa sob Kassab
Antes mesmo do reajuste de 15% da tarifa, nível de satisfação com transporte municipal atingia menor patamar da década
Bilhete único integrado não
evita oscilação negativa; só
48% dos usuários aprovam serviços, contra 93% no
Metrô, segundo pesquisa
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A aprovação dos usuários aos
ônibus municipais de São Paulo atingiu sob a administração
Gilberto Kassab (PFL) seu patamar mais baixo desta década
-e antes mesmo de a tarifa ser
reajustada acima da inflação.
Uma pesquisa da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) realizada entre agosto e setembro indica
pequena queda de satisfação
com esse transporte -de 52%,
em 2005, para 48%, em 2006.
No ano anterior, com José
Serra (PSDB) no comando da
prefeitura, a proporção de passageiros satisfeitos já havia despencado nove pontos percentuais em relação aos 61% alcançados em 2004, ano de implantação do bilhete único pela ex-prefeita Marta Suplicy (PT).
Os indicadores de aprovação
dos ônibus em 2005 e em 2006
são os mais baixos dentre todas
as modalidades de transporte.
Na semana passada, a passagem subiu 15%, de R$ 2 para R$
2,30, ficando igual à do Metrô,
que tem 93% de aprovação.
Os resultados deste ano foram vistos por assessores de
Kassab e por empresários de
ônibus como uma estabilidade
em relação à gestão Serra.
A justificativa é a proximidade da oscilação negativa com a
margem de erro -de dois pontos percentuais para os resultados gerais e três para os dados
específicos- e ao fato de abranger passageiros que utilizaram
os serviços ao menos uma vez
nos três meses anteriores.
Entre quem usa os ônibus no
mínimo três vezes por semana,
os números de 2005 e 2006 são
iguais, porém ainda mais baixos -só 46% de satisfação.
Mas a imagem é motivo de
preocupação também por ser a
menor aprovação a partir de
2000. Além disso, a integração
do bilhete único ao Metrô e
trens não surtiu efeito como
"vitrine" do sistema municipal.
Em 2002, no segundo ano de
Marta Suplicy, a taxa também
era baixa -51%. A estratégia de
Kassab é repetir pontos de visibilidade da gestão petista no final do mandato, como a renovação de 20% da frota em 2007.
Os resultados da pesquisa da
ANTP a que a Folha teve acesso estão com a cúpula do transporte municipal e estadual há
algumas semanas, mas só serão
divulgados no próximo dia 7.
Apontam também a tendência de queda de aprovação dos
trens (de 60% em 2004 para
55% em 2005 e 50% em 2006)
e reduções acentuadas nos ônibus de outros municípios da
Grande SP (de 70% para 57%) e
no corredor São Mateus-Jabaquara (88% para 80%).
Metrô
Um fator que surpreendeu
alguns participantes da pesquisa foi a "blindagem" na imagem
do Metrô, que chegou a ter uma
oscilação positiva de 90% para
93% num ano em que ficou
mais superlotado devido à integração do bilhete único com a
rede metroferroviária.
As reclamações de excesso de
aperto dentro dos vagões são
identificadas na pesquisa, mas
não a ponto de comprometer
sua avaliação geral. Ou então,
na visão dos passageiros, essa
perda de qualidade foi compensada com a existência do novo
desconto tarifário.
O reajuste da passagem dos
ônibus e do Metrô no último
dia 30 tende a agravar uma situação revelada na pesquisa.
Só 19% aprovavam os preços
dos ônibus em relação ao que
valiam os serviços, contra 42%
que faziam essa avaliação no
Metrô. Isso num mês em que a
tarifa do Metrô custava R$ 2,10
e a dos ônibus, R$ 2. Hoje, com
ambas a R$ 2,30, a tendência é
acentuar a diferença dos dados.
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