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Brasileiro "ganha" 5 meses de vida em 1 ano
De acordo com dados do IBGE, expectativa de vida no Brasil chegou a 72,3 anos em 2006, contra 71,9 anos em 2005
No ranking mundial, o Brasil aparece só na 114ª posição, atrás de China e Turquia e de países latino-americanos como Venezuela e Colômbia
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Quem nasceu no ano passado
"ganhou" mais 4 meses e 26
dias de vida em relação aos que
nasceram em 2005. Foi quanto
aumentou a expectativa de vida
do brasileiro de 2005 a 2006
-ano em que o indicador chegou a 72,3 anos, segundo a Tábua de Mortalidade de 2006,
divulgada ontem pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2005, a
média era de 71,9 anos.
Em 1960, a expectativa de vida era de 54,6 anos. De 1960 a
2006, aumentou em 17 anos, 8
meses e um dia. De 2001 a
2006, o ganho ficou em três
meses e 27 dias por ano, na média do período.
Pelos dados do IBGE, o Distrito Federal teve a maior expectativa de vida em 2006: 75,1
anos. Alagoas ficou em último
-66,4 anos. A disparidade
-como já havia sido verificado
em anos anteriores- se manteve elevada: 8,8 anos.
Persiste ainda, segundo o IBGE, a diferença entre a expectativa masculina e a feminina.
Enquanto os homens viverão,
em média, 68,5 anos, as mulheres têm uma esperança de vida
de 76,1 anos. Ou seja, viverão
mais 7,6 anos. O principal motivo é o fato de os homens estarem mais expostos às mortes
violentas, afirma o instituto.
Segundo o IBGE, a melhoria
no acesso à saúde, as campanhas de vacinação, a maior escolaridade, a prevenção de
doenças e os avanços da medicina contribuíram para o aumento da expectativa de vida.
No ranking mundial, o Brasil
aparece, porém, na 114ª posição, atrás de outros emergentes
como China e Turquia e de países latino-americanos como
Venezuela e Colômbia. O ranking é da CIA (agência de inteligência norte-americana).
Encabeçam a lista Andorra
(83,5 anos), Macau (82,3 anos)
e Japão (82 anos). Já as piores
marcas são de Angola (37,6
anos) e Suazilândia (32,2 anos).
Juarez Oliveira, técnico do
IBGE, diz que a tendência histórica é de aumento da expectativa de vida em razão especialmente da melhora das condições de saúde e saneamento.
Ele ressalta, porém, que o
Brasil vive uma "crônica" e
"grave" desigualdade entre os
Estados. "Há muito o que se fazer para reduzir essa desigualdade regional crônica, que tende a se perpetuar neste século
se nada for feito", diz.
Segundo o IBGE, pouco mudou no retrato da desigualdade
regional nos últimos 26 anos. A
diferença entre a mais alta expectativa de vida -a das mulheres do Distrito Federal- e a
mais baixa -a dos homens de
Alagoas- cedeu de 18,3 anos
em 1980 para 16,5 anos em
2006. "Isso mostra que o grave
quadro de desigualdade persiste." Em São Paulo, a expectativa de vida foi de 73,9 anos em
2006, com um crescimento de
12,3% em relação à marca de
1980 (65,9 anos).
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