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MARCELINO BRANDÃO (1926-2008)
Nos primórdios da imprensa interiorana
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Já era hora de aprender
um ofício, pensou o pai, que o
levou a uma marcenaria.
Marcelino Brandão seria
aprendiz a partir daquele dia,
caso o dono não tivesse viajado. O primeiro emprego quase acabou em decepção.
Na volta para casa, viram
uma gráfica, pararam em
frente, o dono perguntou o
que faziam e pronto: começava ali a ligação entre Marcelino e a imprensa. A marcenaria ficava para trás.
Tinha 18 quando o responsável pela gráfica em que trabalhava o convidou a dirigir
temporariamente um semanário em Votuporanga (SP)
Ficou no cargo.
Como a cidade não tinha
luz elétrica, o jornal era feito
aos domingos, com papel
cortado a mão e uma prensa
que funcionava com pedal.
"As máquinas que não serviam mais o Assis Chateaubriand [dono do grupo Diários Associados] mandava
para o meu pai. E era uma
alegria", lembra o filho.
Com o tempo, Marcelino
arrumou um sócio e comprou o próprio jornal. Durante o governo militar, acumulou processos pelas críticas que publicava -o sócio
foi preso cinco vezes.
Mesmo depois de aposentado, continuou ativo: trabalhou com mercado de capitais, seguro de vida, foi agente da Varig, delegado e juiz de
paz. Editou três livros.
No domingo, morreu aos
82, após sofrer um ataque
cardíaco, em Votuporanga.
Deixa viúva, dois filhos, três
netos e dois bisnetos.
obituario@grupofolha.com.br
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