São Paulo, quinta-feira, 04 de dezembro de 2008

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MARCELINO BRANDÃO (1926-2008)

Nos primórdios da imprensa interiorana

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Já era hora de aprender um ofício, pensou o pai, que o levou a uma marcenaria.
Marcelino Brandão seria aprendiz a partir daquele dia, caso o dono não tivesse viajado. O primeiro emprego quase acabou em decepção.
Na volta para casa, viram uma gráfica, pararam em frente, o dono perguntou o que faziam e pronto: começava ali a ligação entre Marcelino e a imprensa. A marcenaria ficava para trás.
Tinha 18 quando o responsável pela gráfica em que trabalhava o convidou a dirigir temporariamente um semanário em Votuporanga (SP)
Ficou no cargo.
Como a cidade não tinha luz elétrica, o jornal era feito aos domingos, com papel cortado a mão e uma prensa que funcionava com pedal.
"As máquinas que não serviam mais o Assis Chateaubriand [dono do grupo Diários Associados] mandava para o meu pai. E era uma alegria", lembra o filho.
Com o tempo, Marcelino arrumou um sócio e comprou o próprio jornal. Durante o governo militar, acumulou processos pelas críticas que publicava -o sócio foi preso cinco vezes.
Mesmo depois de aposentado, continuou ativo: trabalhou com mercado de capitais, seguro de vida, foi agente da Varig, delegado e juiz de paz. Editou três livros.
No domingo, morreu aos 82, após sofrer um ataque cardíaco, em Votuporanga.
Deixa viúva, dois filhos, três netos e dois bisnetos.

obituario@grupofolha.com.br


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