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Serra já modifica projeto que redefine carreira de servidores
Proposta que reestrutura o funcionalismo, enviada em outubro à Assembléia, atinge 55 mil dos 777 mil servidores na ativa
Alteração, que atende parte dos pedidos dos servidores, altera três pontos do projeto; representante afirma que descontentamento continua
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo José Serra (PSDB)
atendeu parte das reivindicações do funcionalismo e enviou
à Assembléia uma mudança no
projeto que reestrutura as carreiras dos servidores em SP.
O projeto original, encaminhado em outubro, prevê, entre
outras mudanças, a promoção
dos servidores por meio de avaliações de desempenho, e não
mais por tempo de serviço, mas
mexe também com salários.
Também acaba com a maioria das gratificações e estabelece novas fórmulas para calcular
a incorporação de benefícios
aos salários-base do Estado.
A proposta de reestruturação
atinge 55 mil dos 777 mil servidores na ativa, mas somente
das chamadas "atividades
meio", como motoristas, contadores, excluindo categorias como médicos e professores.
Com a mudança, acertada
após reunião ocorrida segunda-feira entre representantes
de servidores, deputados estaduais e o governo, ficam alterados três pontos do projeto original formulado por Serra.
O mais importante deles permite que vantagens como a sexta-parte e o adicional por tempo de serviço sejam calculadas
sobre salário-base somado aos
benefícios pessoais -que, na
maioria dos casos, representam
boa parte dos rendimentos.
O índice de reajuste geral
previsto no projeto, que chega a
36%, ainda passa a ser calculado sobre o valor final do ganho
mensal, com as vantagens.
Uma das maiores queixas do
funcionalismo era exatamente
esse item, porque há casos em
que os benefícios representam
90% do rendimento final da categoria, segundo servidores.
Também fica estendido o direito de receber em dinheiro
um terço da licença-prêmio,
que chega a três meses.
O presidente do Conselho de
Política de Administração e Remuneração de Pessoal, Carlos
Ramiro de Castro, que representa os servidores, afirma que
o funcionalismo continua descontente com o projeto.
"Há reivindicações distintas.
O fim de uma gratificação pode
ser boa para uma categoria,
mas ruim para outra. Não é
possível dar tratamento igual
para funções diferentes", diz.
Tanto o projeto quanto a mudança enviada por Serra foram
aprovados ontem no congresso
de comissões da Assembléia,
sem nenhuma das 146 emendas
que haviam sido propostas.
Segundo o secretário de Gestão, Sidney Beraldo, as mudanças devem elevar o gasto total
em R$ 3 milhões ao ano. Já o
impacto com o projeto original
será de R$ 729 milhões entre
este ano e 2009.
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